O Supremo Tribunal Federal (STF) dá início nesta segunda-feira (14) a uma nova e decisiva fase das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado articulada após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Entre os dias 14 e 23 de julho, o tribunal ouvirá testemunhas de acusação e defesa de três núcleos de investigados, incluindo nomes do alto escalão das Forças Armadas e da Polícia Federal.
O primeiro dia de oitivas é reservado aos depoimentos das testemunhas da acusação, com destaque para o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que presta esclarecimentos na condição de informante. Delator no processo, Cid será ouvido pela Primeira Turma do STF, com o conteúdo válido para as ações dos três núcleos.
A nova rodada de audiências acontece por videoconferência e foi organizada em blocos temáticos: o Núcleo 2, cujas testemunhas de defesa serão ouvidas entre os dias 15 e 21, inclui o ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, os ex-assessores presidenciais Marcelo Costa Câmara e Filipe Martins, além de delegados e um general da reserva.
Já o Núcleo 3, que reúne 11 militares, entre coronéis e tenentes-coronéis do Exército, terá suas audiências nos dias 21 a 23 de julho, sob responsabilidade da Segunda Turma do Supremo. Também faz parte desse grupo o general da reserva Estevam Theophilo e o agente da PF Wladimir Soares.
O Núcleo 4, com oitivas programadas para os dias 15 e 16, envolve nomes como Ailton Barros, ex-major do Exército e aliado próximo de Bolsonaro, além do presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Moretzsohn Rocha, e outros militares da reserva e agentes da PF.
A investigação, encerrada pela Polícia Federal em novembro de 2024, concluiu que os envolvidos formaram uma organização criminosa estruturada com divisão de tarefas, cuja missão seria manter Bolsonaro no poder de forma ilegal, mesmo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas.
Ao todo, 37 pessoas foram indiciadas, incluindo o próprio ex-presidente. A nova fase de oitivas é considerada estratégica pelo STF para consolidar provas e depoimentos antes do julgamento dos principais envolvidos. O país acompanha com atenção os desdobramentos, que podem resultar em punições históricas para autoridades civis e militares envolvidas na tentativa de ruptura institucional.
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*Com informações Veja