Em meio ao avanço de processos no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um desabafo enfático nesta segunda-feira (14), denunciando o que considera ser uma perseguição implacável e sistemática para eliminá-lo da vida pública e política. Sem citar nomes, Bolsonaro afirmou em publicação nas redes sociais que “o sistema nunca quis apenas me tirar do caminho. A verdade é mais dura: querem me destruir por completo – eliminar fisicamente, como já tentaram”.

As declarações surgem no momento em que o STF realiza oitivas de testemunhas nos inquéritos que apuram uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Bolsonaro é réu em ação que o acusa de liderar uma organização criminosa voltada a desacreditar o sistema eleitoral e fomentar um clima de ruptura institucional.

Segundo o ex-presidente, o cerco judicial não é contra ele, mas contra a liberdade do cidadão comum. “Querem alcançar você. A sua fé. A sua forma de pensar. A sua família. E se hoje fazem isso comigo, amanhã será com você”, alertou.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal afirmam que Bolsonaro chefiava o núcleo central da organização que teria articulado o plano golpista. As denúncias incluem crimes como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, dano ao patrimônio público e deterioração de bens tombados.

Em sua defesa, Bolsonaro denuncia “censura disfarçada de legalidade” e diz enfrentar ameaças que vão da prisão à tentativa de assassinato. “Querem silenciar quem se opõe. Se não podem calar com censura, tentam com ameaças, inquéritos, prisão ou até com a morte”, escreveu.

Por fim, o ex-presidente deixou claro que sua luta não é pessoal. “Não luto por mim. Luto pela maioria esmagadora dos brasileiros que não se curvaram. Contra um sistema podre, sustentado por juízes militantes, imprensa comprada e políticos com sede de poder.”

A fala de Bolsonaro reacende o debate sobre os limites da atuação do Judiciário e o uso das instituições como instrumento de pressão política. Seus apoiadores enxergam na sequência de ações uma tentativa de destruição moral e jurídica de um dos principais nomes da direita brasileira. Já seus opositores defendem que a Justiça apenas cumpre seu papel diante de graves acusações. O fato é que, mais uma vez, o país se vê dividido — entre quem vê justiça e quem enxerga perseguição.

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*Com informações Metrópoles