Política Retaliação
Lula reage com força ao tarifaço de Trump: “Soberania brasileira não se negocia”
Presidente articula com empresários e ministros ofensiva política e econômica contra taxação dos EUA e descarta qualquer acordo que envolva Bolsonaro
14/07/2025 11h40
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Em uma ofensiva enfática contra o tarifaço anunciado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu, em reunião com ministros no último domingo (13), dois motes centrais para a resposta do governo: soberania e economia.

Segundo interlocutores do Planalto, Lula foi categórico ao afirmar que “a soberania brasileira não se negocia” e que o país não aceitará qualquer imposição internacional que fira a autonomia nacional. A reunião, realizada no Palácio da Alvorada, contou com a presença de ministros estratégicos e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Além da resistência ao tarifaço, Lula deixou claro que não admitirá acordos com os Estados Unidos que envolvam qualquer tipo de anistia ou julgamento para Jair Bolsonaro, como têm articulado setores bolsonaristas. “País soberano não baixa a cabeça para outros países”, afirma o vídeo institucional divulgado pelo governo no fim de semana, sob o slogan “Brasil Soberano”.

No eixo econômico, o presidente determinou a criação de um comitê executivo com empresários brasileiros dos setores mais afetados pela medida americana, como o agronegócio, siderurgia e indústria de base. O grupo será coordenado pelo próprio Lula e contará com a presença de Alckmin e demais ministros da área econômica e comercial.

Na reunião, também foi discutida a possível regulamentação da Lei da Reciprocidade, que pode ser acionada caso Trump cumpra a promessa de aplicar uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A medida abriria caminho para o Brasil retaliar com restrições comerciais equivalentes.

Participaram do encontro no Alvorada:

Com o tom elevado e mobilização institucional, Lula reforça sua posição de liderança regional e envia recado direto à Casa Branca: o Brasil não aceitará ameaças unilaterais que afetem sua soberania ou interfiram em seus assuntos internos.

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*Com informações Metrópoles