O que parecia um plano consolidado para a eleição de 2026 em Mato Grosso do Sul virou motivo de tensão e descontentamento dentro da base do governador Eduardo Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja, ambos do PSDB. A dupla traçou uma estratégia para concentrar sua força política em apenas três partidos — PP, PL e uma terceira sigla ainda indefinida —, mas encontrou resistência até mesmo entre os aliados mais próximos.
Dos 24 deputados estaduais da Assembleia Legislativa, 19 estão ligados ao grupo tucano e já deixaram claro que não concordam com a manobra. Alegam que a redução drástica de legendas prejudica a montagem de chapas proporcionais e dificulta a viabilidade eleitoral de muitos nomes do grupo.
Os primeiros sinais de desgaste surgiram após uma reunião interna com deputados do PSDB, na qual Riedel e Reinaldo garantiram prioridade aos tucanos. No entanto, a mensagem não acalmou os ânimos. Em conversas paralelas entre parlamentares, realizadas na própria Assembleia, a avaliação dominante foi de que a proposta é inviável e pode até comprometer a unidade do bloco.
A crise se estende também aos vereadores do PSDB. Como não podem trocar de partido sem risco de perderem seus mandatos, eles temem ficar isolados se o núcleo do poder tucano migrar para outras siglas. Sem alternativa legal para acompanhá-los, cobram soluções que garantam competitividade para a disputa municipal.
Diante do impasse, alguns deputados já sugerem que, mesmo que Riedel e Reinaldo se filiem ao PP e ao PL, respectivamente, o PSDB lance uma chapa própria, ainda que menor, para disputar cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal.
Apesar da pressão crescente, os líderes ainda não sinalizaram recuo. Pelo contrário: a expectativa nos bastidores é que o anúncio das novas filiações partidárias aconteça nas próximas semanas — com ou sem consenso da base.
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*Com informações Investiga MS