Política Tarifaço
Lula falha em conter tarifaço de Trump e expõe fraqueza diplomática do governo
Sem resposta dos EUA, Planalto corre contra o tempo e admite que não deve evitar sobretaxa de 50% às exportações brasileiras
24/07/2025 09h19
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A uma semana da entrada em vigor do tarifaço prometido por Donald Trump contra produtos brasileiros, o governo Lula revela, nos bastidores, aquilo que já se tornou evidente: falhou na articulação diplomática e perdeu espaço de influência internacional. Sem conseguir estabelecer diálogo com a equipe do ex-presidente americano, o Palácio do Planalto agora corre contra o tempo, buscando alternativas emergenciais para tentar salvar, ao menos parcialmente, os prejuízos que se acumulam.

Liderando reuniões com empresários e ministros, o vice-presidente Geraldo Alckmin vem tentando apagar o incêndio, mas fontes do próprio governo admitem que as mensagens do Brasil sequer estão sendo respondidas por representantes ligados à gestão Trump. O cenário expõe a fragilidade do Itamaraty sob a gestão petista, que apostou, de forma ingênua, em um recuo imediato de Trump — cálculo político que claramente não se concretizou.

A incapacidade de interlocução com o governo norte-americano acendeu o alerta no Planalto. Agora, o governo cogita enviar representantes diretamente aos Estados Unidos para tentar uma negociação presencial. A expectativa, porém, é modesta: no melhor dos cenários, Lula espera apenas adiar a entrada em vigor das tarifas, prevista para 1º de agosto.

Nos corredores do poder, a constatação é dura: Trump não mira apenas a política comercial brasileira — ele mira Lula. “Trump personalizou uma pessoa dessa vez”, confessou um assessor presidencial, revelando que o embate já não é apenas econômico, mas político e ideológico.

Enquanto isso, setores do agronegócio, da indústria e da exportação aguardam, apreensivos, por uma resposta que ainda não veio. E o silêncio americano ecoa o isolamento do governo brasileiro, que assiste, de camarote, ao colapso de sua credibilidade internacional.

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*Com informações Metrópoles