O Brasil registrou, em 2024, o cenário mais brutal e alarmante de violência sexual da última década: 87.545 casos de estupro e estupro de vulnerável, o maior número desde o início da série histórica, em 2011. Isso equivale a uma vítima a cada seis minutos — e o mais assustador é que a maioria são crianças violentadas no próprio lar.
Segundo a 19ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 76,8% dos crimes envolveram menores de 14 anos, e 61,3% das vítimas tinham até 13 anos. A faixa etária mais atingida foi de 10 a 13 anos, evidenciando uma epidemia silenciosa de abuso infantil.
As mulheres negras seguem sendo as maiores vítimas da violência: 55,6% dos estupros registrados em 2024 atingiram esse grupo. O crime, em sua maioria, é cometido por pessoas próximas — 45,5% dos agressores são familiares e 20,3% são parceiros ou ex-parceiros das vítimas. A casa, que deveria ser um lugar seguro, se tornou o palco de 65,7% das violações.
Mesmo com o número recorde, especialistas apontam que os dados ainda estão longe de refletir a realidade. A subnotificação crônica, a falta de preparo das forças de segurança e a burocracia nos registros dificultam o enfrentamento desse horror.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública exige ações urgentes e estruturais: desde políticas de prevenção até celeridade na punição dos criminosos, passando por investigações especializadas e acolhimento adequado das vítimas.
A realidade brasileira em 2024 escancara uma ferida profunda e inaceitável: milhares de crianças estão sendo violentadas, silenciadas e abandonadas por um sistema que falha todos os dias.
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*Com informações CNN