Brasil INSS
CGU desmascara nova fraude no INSS: associações usaram documentos falsos para barrar ressarcimentos
Esquema envolve falsificação de assinaturas e áudios forjados; empresário já investigado pela PF reaparece no centro das denúncias
25/07/2025 11h37
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A Controladoria-Geral da União (CGU) revelou nesta quinta-feira (25) mais um capítulo do escândalo envolvendo descontos indevidos em benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Segundo a apuração, associações apresentaram documentos falsificados para tentar impedir o ressarcimento de valores cobrados ilegalmente de aposentados.

De acordo com o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, o novo esquema foi descoberto durante o processo de contestação iniciado por beneficiários que negaram ter autorizado os descontos. Em resposta, algumas entidades apresentaram assinaturas forjadas e até áudios editados como supostas provas de autorização — o que foi prontamente rejeitado pelo instituto.

“É a fraude da fraude”, classificaram técnicos da CGU, referindo-se à tentativa das associações de driblar a reparação dos prejuízos causados inicialmente. As falsificações foram anexadas diretamente no aplicativo Meu INSS, numa tentativa de legitimar os débitos indevidos.

O instituto reforçou que, para comprovar a autorização de descontos, são exigidos três documentos: identidade com foto, termo de filiação e termo de autorização — gravações de áudio não têm validade legal.

Entre as entidades sob investigação, aparece novamente o nome do empresário Maurício Camisotti, já alvo da Polícia Federal na operação “Sem Desconto”, que apura um rombo superior a R$ 40 milhões em fraudes semelhantes. Uma das instituições ligadas ao esquema, o Balcão das Oportunidades, recebeu cerca de R$ 9 milhões da Ambec (Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos), conforme dados da PF.

O INSS informou que casos com indícios de irregularidade são encaminhados para auditoria interna. As associações são notificadas a devolver os valores aos beneficiários — e, caso não o façam, os aposentados são orientados a buscar reparação na Justiça.

Apesar da gravidade, o instituto ainda não divulgou os nomes das entidades envolvidas nem o número de processos sob suspeita. A apuração segue em sigilo.

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*Com informações Poder 360