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Aposta em reviravolta: grupo bolsonarista desafia Reinaldo no PL de MS
Aliados de Pollon confiam em Eduardo Bolsonaro para virar o jogo e lançar candidatura raiz em 2026
01/08/2025 08h39
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Mesmo após a entrada do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) no PL de Mato Grosso do Sul ser dada como certa, um grupo de filiados bolsonaristas ainda acredita em uma reviravolta que possa mudar os rumos do partido no Estado. Descontentes com o alinhamento com o PSDB, os integrantes desse núcleo mantêm viva a esperança de que o ex-presidente Jair Bolsonaro mude de ideia e defenda uma candidatura própria ao Governo do Estado e ao Senado em 2026.

O grupo aposta no poder de persuasão de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente e figura central na articulação internacional contra o ministro Alexandre de Moraes e o que chamam de "ditadura do Judiciário" no Brasil. É dele que se espera um movimento estratégico para convencer o pai a abandonar o acordo com Reinaldo e investir em um nome considerado “bolsonarista raiz”.

Nesse cenário, o nome que ganha força é o do deputado federal Marcos Pollon (PL-MS), aliado próximo de Eduardo Bolsonaro. Pollon esteve recentemente nos Estados Unidos, onde se reuniu com o “02” e discutiu, entre outros temas, o futuro do PL em Mato Grosso do Sul. O parlamentar já sinalizou que está inclinado a disputar um cargo majoritário — com preferência pelo Governo do Estado, seguido do Senado, deixando a reeleição como última opção.

"Prefiro morrer atirando do que como um rato", declarou Pollon, ao defender uma candidatura própria como forma de construir uma base sólida da direita no Estado. Para ele, mesmo que a decisão pareça arriscada, vale o preço: “Se esse é o preço, eu pago”.

Apesar da resistência bolsonarista, Reinaldo deve assumir oficialmente o controle do partido nos próximos dias. Sabendo que seu espaço no PL está cada vez mais restrito, Pollon já iniciou conversas com o Partido Novo e o Republicanos, em busca de alternativas para manter seu projeto político.

Esse não é o primeiro embate interno no PL sul-mato-grossense. No ano passado, lideranças locais também esperavam candidatura própria à prefeitura da Capital, mas foram ignoradas por Jair Bolsonaro, que optou por selar a aliança com o PSDB em todo o Estado. Na época, Pollon perdeu o comando da sigla e viu várias candidaturas que articulava no interior serem vetadas. Em resposta, gravou uma live dizendo que, se necessário, se lançaria candidato apenas para barrar a aproximação com os tucanos, que ele e Bolsonaro classificam como "de esquerda".

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*Com informações Investiga MS