Política Revolta
Bolsonaristas se revoltam e colocam Azambuja no “paredão” com Lula e Moraes
Rejeição explode no PL-MS com adesivos de protesto e ameaça de debandada após decisão de Bolsonaro
03/08/2025 16h26
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O Partido Liberal de Mato Grosso do Sul entrou em ebulição antes mesmo da posse de seu novo comandante. Reinaldo Azambuja (PSDB), ex-governador do Estado, já enfrenta resistência declarada dentro da sigla antes mesmo de assumir oficialmente o comando do PL-MS, previsto para a segunda quinzena de agosto. E a oposição interna não está economizando munição.

Neste domingo (3), integrantes da ala bolsonarista mais radical — que se autodenomina “Resistência MS” — colocaram Azambuja no mesmo patamar de seus maiores inimigos: Lula e Alexandre de Moraes. Os três estamparam adesivos distribuídos em protestos nas ruas, num claro recado de que o tucano não é bem-vindo no ninho liberal.

A ação foi puxada por militantes próximos de figuras influentes da direita local, como Capitão Contar e Marcos Pollon. Viviane Tobias, suplente de vereadora e ex-assessora de Rafael Tavares, foi uma das primeiras a divulgar as imagens dos adesivos, escancarando uma revolta que até então era contida nos bastidores.

Para muitos dentro do partido, a chegada de Azambuja representa uma traição ao projeto conservador. Mesmo com a bênção de Jair Bolsonaro, a base local se sente ignorada e ameaçada por uma liderança que não carrega o DNA bolsonarista — e que, historicamente, foi alvo da própria oposição do PL no Estado.

Entre os descontentes estão o deputado estadual João Henrique Catan e o deputado federal Marcos Pollon, que chegaram a ser cogitados para liderar o partido caso Reinaldo não assumisse. Agora, diante do avanço tucano, Pollon estaria até mesmo sondando outras legendas, com vistas à disputa pelo governo estadual em 2026.

Apesar das reações públicas, os principais nomes da sigla evitam confronto direto com Bolsonaro, responsável pela articulação. A maioria prefere o silêncio ou conversas reservadas, temendo retaliações.

O episódio revela uma crise de identidade no PL sul-mato-grossense: dividido entre a lealdade ao ex-presidente e a rejeição visceral a Reinaldo, o partido se vê às voltas com uma possível debandada e um ambiente interno prestes a explodir. A pergunta que paira no ar é clara: o bolsonarismo vai engolir Reinaldo — ou Reinaldo vai engolir o bolsonarismo?

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*Com informações Investiga MS