A manifestação dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizada neste domingo (3) na Avenida Paulista, em São Paulo, revelou uma direita inflamada e resiliente, capaz de mobilizar 57.600 pessoas mesmo sem a presença física do líder que está proibido judicialmente de sair de casa nos finais de semana — uma medida do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O ato foi um duro golpe para o governo Lula (PT), que sofre crescente desgaste diante da escalada de tensões políticas e sociais. Sob gritos de “Fora Lula” e “Impeachment de Moraes”, o público exigiu a aprovação do projeto de anistia aos investigados e presos pelos atos de 8 de janeiro, atualmente engavetado na Câmara após o impacto negativo das sanções econômicas americanas — o chamado “tarifaço” de 50% imposto pelo governo Trump sobre produtos brasileiros.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) incendiou a plateia com críticas ferozes a Alexandre de Moraes, rotulando-o como “toga vazia” e apelando para que a prioridade da direita seja derrubar o presidente Lula, que para os manifestantes simboliza o “governo do sistema” e a “verdade engolida pela mentira”.
Mesmo impedido de participar presencialmente, Bolsonaro marcou presença via vídeo, acendendo a chama da resistência bolsonarista. O ato, organizado pelo pastor Silas Malafaia, utilizou um jingle que declarou o fim do “reinado” de Moraes e clamou pela reação popular contra a “mentira que devora”, exaltando Bolsonaro como “homem de garra, honesto e imorrível da verdade e da fé”.
O cenário político ganhou um capítulo delicado com a sanção internacional. A inclusão do ministro Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky pelo governo dos EUA, anunciada no fim de julho, ampliou a crise de legitimidade do STF, fortalecendo a narrativa bolsonarista de “perseguição política” e estimulando atos de contestação como o ocorrido.
Do lado do governo federal, o discurso tenta minimizar o impacto e condenar as mobilizações, classificando-as como “tentativas de desestabilização da democracia”. No entanto, a força dos atos e a adesão de dezenas de milhares mostram que o descontentamento popular contra Lula e a Suprema Corte é real e crescente.
Analistas políticos alertam que a escalada do conflito entre a direita radicalizada e o governo pode levar a uma crise institucional profunda, com riscos de rupturas e descontrole social, especialmente em ano eleitoral e diante das eleições presidenciais de 2026.
O embate promete seguir quente, enquanto o governo Lula tenta aprovar medidas econômicas e políticas e, simultaneamente, controlar as manifestações que, mesmo sem Bolsonaro, mostram que a base bolsonarista permanece ativa, organizada e pronta para pressionar nas ruas.
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*Com informações Poder 360