Em meio à crescente cobrança por resultados e articulação política, a prefeita Adriane Lopes (PP) convocou a imprensa nesta segunda-feira (5) para anunciar um pacote de R$ 250 milhões em obras e ações, como parte das comemorações do aniversário de Campo Grande. O que era para ser uma celebração, no entanto, escancarou a fragilidade da base política da gestora: nenhum deputado estadual compareceu ao evento — com exceção de Lidio Lopes, esposo da prefeita.
A ausência da bancada estadual incomodou visivelmente Adriane, que aproveitou o microfone para alfinetar: “Campo Grande sente falta das emendas e da presença dos nossos deputados”. O recado teve endereço certo: a falta de apoio no Legislativo estadual tem sido uma pedra no sapato da atual gestão, que enfrenta resistência para viabilizar recursos e articulações maiores.
Obras como resposta política
Entre as mais de 230 ações prometidas, o foco está nas 130 obras que contemplam infraestrutura, saúde, educação, cultura e lazer. A prefeitura destaca intervenções como a pavimentação do Bairro Nova Lima, a revitalização da Avenida Duque de Caxias, a requalificação da Avenida Bom Pastor e a construção de ciclovias, escolas e postos de saúde.
A gestão ainda tenta resgatar o prestígio popular apostando em ações simbólicas, como o retorno da Noite da Seresta, que trará a cantora Wanderléa à Praça do Rádio Clube. Mas a movimentação é vista nos bastidores como uma tentativa de blindar a imagem da prefeita diante das críticas e do isolamento político.
Lista extensa, apoio escasso
Apesar da lista robusta de promessas — incluindo construções de EMEIs, revitalizações de praças e criação de espaços comunitários —, a ausência de apoio político ameaça a viabilidade de parte dos projetos. A cobrança velada à Assembleia Legislativa deixa claro: a prefeita tenta, sozinha, equilibrar o peso de uma gestão que ainda busca sustentação institucional.
Enquanto Campo Grande assiste à multiplicação de promessas, a prefeita reforça a narrativa de que está trabalhando. Mas, sem articulação e sem bancada, as obras podem virar mais um mosaico de intenções interrompidas — e a festa, um lembrete da solidão no poder.
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*Com informações Investiga MS