Política Tensão
Direita reage e paralisa Congresso contra perseguição a Bolsonaro e avanços autoritários
Pressões pelo “pacote da paz” e pedidos de suspensão marcam semana tensa nas duas Casas
11/08/2025 09h42
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A semana de retorno do Congresso após o recesso parlamentar foi marcada por um motim articulado por bolsonaristas que obstruiu votações em plenário e comissões, elevando a tensão política nas duas Casas. Enquanto o governo busca aprovar medidas cruciais como a PEC da Segurança Pública e avançar no chamado “pacote da paz” — composto pelo PL da Anistia, a PEC do fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes —, a base enfrenta resistências intensas.

Na terça-feira (12), líderes partidários se reúnem para definir a agenda da semana, que promete ser movimentada. Na Câmara, o foco está na aprovação da PEC 18/2025, que passou pela CCJ, mas ainda precisa ser votada em comissão antes do plenário. No Senado, uma série de sabatinas agita as comissões de Constituição e Justiça e outras, avaliando indicados para tribunais superiores e agências reguladoras.

A confusão ganhou contornos mais graves após a ocupação da Mesa Diretora da Câmara por 14 deputados bolsonaristas, entre eles Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Marcos Pollon (PL-MS). Na sexta-feira (8/8), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou à Corregedoria pedidos de suspensão contra esses parlamentares, e o parecer esperado para esta semana pode impactar ainda mais o andamento dos trabalhos.

A tensão se intensificou após o ministro Alexandre de Moraes decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, que levou aliados a pressionarem pela votação do PL da Anistia e do impeachment do ministro. No Senado, a pressão recai sobre o presidente Davi Alcolumbre para pautar essas medidas.

Em entrevista, Motta condicionou a pauta da anistia a um consenso maior, rejeitando “chantagens” e afirmando que o projeto não pode ser imposto “numa democracia”. Após dias de impasse, os presidentes do Congresso conseguiram um acordo para desocupar as mesas dos plenários, mas líderes da oposição e do Centrão buscaram Arthur Lira para tentar resolver o bloqueio, o que, segundo interlocutores, expôs uma suposta “fraqueza” de Motta — que rebateu afirmando ter agido com “PhD em inteligência emocional”.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou ter fechado acordo para aprovação do “pacote da paz”, mas negou negociações diretas com Motta para evitar acusações de chantagem.

A semana promete seguir tensa e decisiva para os rumos políticos do Congresso em meio ao embate entre governistas, bolsonaristas e opositores.

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*Com informações Metrópoles