O conselheiro Iran Coelho das Neves está de volta ao Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) após dois anos e oito meses afastado por denúncias de corrupção. A decisão foi autorizada nesta terça-feira (19) pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, que também determinou a retirada da tornozeleira eletrônica, mantendo apenas restrições de mobilidade: Iran não pode deixar a comarca de Campo Grande nem sair do país.
O retorno se baseia na “plena identidade processual” com o conselheiro Waldir Neves, que já voltou às funções em maio deste ano. Moraes estabeleceu, no caso de Iran, o afastamento imediato do exercício das funções públicas, proibição de acessar as dependências do TCE-MS e uso de serviços da Corte, como medidas cautelares enquanto o processo segue.
A defesa do conselheiro, representada pelo advogado Gustavo Mascarenhas, declarou: “Acreditamos na plena inocência do conselheiro Iran das Neves, que agora retorna ao cargo e continuará a se defender amplamente”.
O retorno ocorre em meio ao acompanhamento da Operação Terceirização de Ouro, investigação que revelou um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo triangulação de empresas em nome de laranjas e compra de imóveis de luxo em Campo Grande. Segundo o delegado da Receita Federal, Zumilson Custódio da Silva, os recursos ilícitos eram distribuídos entre os servidores envolvidos, indicando uma rede estruturada dentro do TCE-MS.
Dos três conselheiros afastados na operação, apenas Ronaldo Chadid permanece suspenso, com afastamento prorrogado pelo STJ. Tanto Waldir Neves quanto Iran Coelho das Neves enfrentam denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro, mas ainda não há datas definidas para análise de seus casos no STJ.
Com a decisão do STF, o retorno de Iran reacende o debate sobre transparência e integridade no TCE-MS, enquanto a investigação sobre o desvio de recursos públicos e compra de bens de luxo continua a levantar questionamentos sobre o alcance do esquema e a responsabilidade dos envolvidos.
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*Com informações Midiamax