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Vão ao Plenário indicações para áreas de segurança nuclear e mineração
A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) aprovou nesta quarta-feira (20) três indicações para a diretoria da Autoridade Nacional de Segurança ...
20/08/2025 16h32
Por: WK Notícias Fonte: Agência Senado

A Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) aprovou nesta quarta-feira (20) três indicações para a diretoria da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear: Alessandro Facure Neves de Salles Soares, para o cargo de diretor-presidente, Lorena Pozzo e Ailton Fernando Dias.

A comissão também aprovou a indicação de José Fernando de Mendonça Gomes Júnior para a diretoria da Agência Nacional de Mineração.

Essas indicações ainda precisam ser confirmadas em votação no Plenário do Senado, para onde foram encaminhadas em regime de urgência.

A CI é presidida pelo senador Marcos Rogério (PL-RO).

Segurança Nuclear

A Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) foi criada em 2021 como uma autarquia federal. Sua função é monitorar, regular e fiscalizar as atividades e as instalações nucleares no país.

Alessandro Facure Neves de Salles Soares foi indicado pela Presidência da República para o cargo de diretor-presidente da ANSN, com mandato de quatro anos. Ele recebeu 18 votos a favor e apenas um contrário. A mensagem de sua indicação ( MSF 84/2024 ) contou com o parecer favorável do senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP).

Alessandro é diretor de radioproteção e segurança nuclear da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) desde 2023. Formou-se em química pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1999. Possui mestrado em física (2001) também pela UFF e doutorado em ciências (2006) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Durante sua sabatina, ele lembrou sua trajetória profissional e destacou o papel dos professores em sua carreira. Também disse que a consolidação da ANSN exige estratégia técnica e aperfeiçoamento contínuo. Prometeu transparência, diálogo e dedicação plena à missão pública que está prestes a assumir.

— A regulação nuclear brasileira deve ser referência não apenas pela sua qualidade técnica, mas pelo compromisso com a vida, com a confiança pública e com o futuro — afirmou.

Lorena Pozzo, por sua vez, foi indicada pela Presidência da República para o cargo de diretora de instalações radioativas e controle da ANSN, com mandato de três anos. Ela recebeu 18 votos favoráveis e um contrário. Sua indicação ( MSF 85/2024 ) contou com o parecer favorável do senador Otto Alencar (PSD-BA).

Lorena é coordenadora do Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) da CNEN. Formou-se em física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 1995. Possui mestrado em ciências (1998) também pela Unicamp e doutorado em ciências (2005) pela Universidade de São Paulo (USP).

Desde 2010, ela atua como pesquisadora no Ipen. Entre 2015 e 2017, gerenciou projetos estratégicos e laboratórios de pesquisa do Centro de Radiofarmácia do Ipen. Participou da atualização da norma técnica que define os requisitos de radioproteção em medicina nuclear e contribuiu para o desenvolvimento do sistema de proteção radiológica do Instituto do Coração (InCor).

— Firmo aqui meu compromisso de trabalhar para que a ANSN seja um vetor de desenvolvimento econômico e social para o país, sempre com foco na segurança da população e do meio ambiente — declarou ela.

Outro nome aprovado pela comissão foi o de Ailton Fernando Dias, indicado pela Presidência da República para o cargo de diretor de instalações nucleares e salvaguardas da ANSN, com mandato de dois anos. Foram 18 votos a favor e um contra. A mensagem de sua indicação ( MSF 86/2024 ) teve parecer favorável do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA).

Ailton é chefe da Divisão de Controle de Rejeitos Radioativos e Nucleares da CNEN desde 2019. Formou-se em engenharia elétrica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) em 1990. Possui mestrado em ciências da computação (1995) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutorado em ciências (2000) pela Universidade Paris-Saclay, em Orsay, França.

Em 1984, ele começou a trabalhar no Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), que foi posteriormente incorporado à CNEN. Entre outras atividades, foi assessor da presidência da CNEN.

Mineração

Para a Agência Nacional de Mineração (ANM), a Presidência da República indicou José Fernando de Mendonça Gomes Júnior para uma das vagas na diretoria desse órgão. Sua indicação ( MSF 93/2024 ) recebeu parecer favorável do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Ele recebeu 17 votos favoráveis e dois contrários na Comissão de Serviços de Infraestrutura.

O indicado se emocionou ao agradecer o apoio da família e lembrar que começou a trabalhar acompanhando o pai e o avô. Ele é graduado em gestão de negócios e pós-graduado em gestão de pessoas pelo Centro Universitário do Pará. Tem experiência nos setores público e privado nas áreas de mineração e infraestrutura e, atualmente, é presidente da Companhia de Saneamento do Pará e vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento.

José já foi secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, gerente regional de Relações Governamentais da Vale e assessor especial do governo paraense. Também presidiu o Sindicato das Indústrias Minerais do Pará e ocupou cargos de liderança em entidades como a Federação das Indústrias do Estado do Pará e a Associação Comercial do Pará.

— Vamos trabalhar [na ANM] para o fortalecimento das pequenas e médias minerações e atuar de portas abertas para a sociedade e para esta Casa — prometeu.