Política Indiciamento
Bolsonaro no banco dos réus: julgamento no STF expõe limites da democracia brasileira
Indiciamentos por suposta tentativa de golpe e coação no processo revelam tensão entre poder político e instituições jurídicas
21/08/2025 08h50
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), foram indiciados pela Polícia Federal nesta quarta-feira (20) por abolição violenta do Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo da Ação Penal (AP) nº 2668, que investiga suposta tentativa de golpe em 2022. Este é o quarto indiciamento do ex-presidente, que ocorre às vésperas do julgamento do núcleo central da trama, marcado para 2 de setembro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o relatório da PF, pai e filho extrapolaram o contexto da ação penal, promovendo ações contra instituições como o STF e o Congresso Nacional, com o objetivo de submetê-las a interesses pessoais. O documento destaca ainda que Bolsonaro teria fornecido apoio financeiro a Eduardo para manter as ofensivas, inclusive nos Estados Unidos, especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes.

O caso se insere em um contexto de tensão institucional no país. Desde 4 de agosto, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, decisão tomada por Moraes após o ex-presidente descumprir medidas cautelares durante manifestações bolsonaristas. A situação reforça a percepção de fragilidade e vulnerabilidade do sistema democrático frente a pressões políticas de altos escalões do poder.

O julgamento da Primeira Turma do STF envolverá Bolsonaro e sete aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. O processo será presencial, com sessões previstas para setembro. Alexandre Ramagem é exceção no núcleo, respondendo a três crimes após decisão do STF.

Especialistas apontam que o julgamento não só definirá o futuro jurídico dos réus, mas servirá como termômetro da força das instituições brasileiras diante de tentativas de subversão democrática. Com a população e o cenário político atentos, a análise do caso deverá ter repercussões profundas na política nacional e na percepção de limites ao exercício do poder.

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*Com informações Metrópoles