Sete anos após o início da Operação Vostok, a Justiça de Mato Grosso do Sul aceitou a denúncia que coloca 21 pessoas como réus, incluindo o advogado Rodrigo Souza e Silva, filho do ex-governador Reinaldo Azambuja, o deputado estadual Zé Teixeira (PSDB) e o conselheiro do TCE-MS Márcio Monteiro. Eles são acusados de integrar um esquema que teria movimentado R$ 67,7 milhões em propina paga pela JBS em troca de benefícios fiscais, com percentuais entre 20% e 30%.
O juiz Deyvis Ecco, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande, destacou que há provas e indícios suficientes da existência de uma organização criminosa, justificando o prosseguimento da ação penal. A denúncia foi apresentada originalmente no STJ em 2020, mas, com mudanças na interpretação do foro privilegiado, foi remetida à Justiça estadual, com desmembramento do processo para análise dos réus.
Entre os acusados estão empresários influentes no Estado, como João Roberto Baird, conhecido como “Bill Gates Pantaneiro”, Élvio Rodrigues, proprietário da Fazenda Santa Mônica, e Ivanildo da Cunha Miranda. A lista ainda inclui políticos, familiares de envolvidos e pessoas citadas em outros escândalos de corrupção, como o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, e o irmão do ex-governador, Roberto de Oliveira Silva Júnior.
Pedidos de defesa para que a denúncia fosse encaminhada a outras varas ou rejeitada foram negados pelo magistrado, que apontou que há elementos suficientes, como dados bancários, planilhas e notas fiscais, para comprovar a movimentação irregular de recursos. O valor da propina, corrigido pela inflação, chega a R$ 104,3 milhões.
A Justiça ainda não marcou a audiência de instrução e julgamento, mas a decisão representa um avanço significativo no enfrentamento de esquemas de corrupção envolvendo políticos e empresários em Mato Grosso do Sul, evidenciando a complexidade e magnitude da Operação Vostok.
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*Com informações O Jacaré