A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou nesta sexta-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF) suas explicações sobre o rascunho de um pedido de asilo político à Argentina, localizado pela Polícia Federal em seu celular. O documento, considerado pela PF como indício de fuga, foi classificado pelos advogados como um simples rascunho sem valor probatório.

No texto encontrado, Bolsonaro afirma ser “perseguido por motivos e delitos essencialmente políticos” e cita medidas cautelares impostas pelo STF. Já a defesa sustenta que a peça, datada de fevereiro de 2024, não pode ser vista como plano de evasão:

“Parece claro que um rascunho não pode ser considerado indício de fuga. O processo que originou as cautelares foi aberto um ano depois, e desde então o ex-presidente compareceu a todos os atos”, diz a manifestação.

Outro ponto questionado foi o suposto descumprimento de cautelar em conversa com Walter Braga Netto. A PF destacou uma mensagem de SMS recebida por Bolsonaro, em que Braga Netto escreve: “Estou com este número pré-pago para qualquer emergência. Não tem zap. Somente face time”. A defesa, no entanto, alega que não houve resposta ao contato e que a simples recepção da mensagem não comprova violação.

Os advogados reforçam que Bolsonaro tem cumprido com rigor as medidas impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.

Não é a primeira vez que a defesa é cobrada por Moraes. Em julho, o ministro deu 24 horas para explicar a participação do ex-presidente em uma entrevista, mesmo estando proibido de falar à imprensa. Na ocasião, o episódio foi considerado isolado, mas Moraes advertiu que, em caso de novo descumprimento, Bolsonaro poderá ser preso no processo que apura a suposta tentativa de golpe de Estado.

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*Com informações Metrópoles