O pastor Silas Malafaia subiu o tom nesta segunda-feira (25) ao divulgar um vídeo em suas redes sociais com duras acusações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e contra a condução de investigações que o envolvem.
Malafaia classificou como “Gestapo de Moraes” a atuação da Polícia Federal no inquérito que apura suposta organização criminosa ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O pastor disse que respeita a instituição, mas acusou setores da PF de se submeterem a ordens ilegais.
Segundo ele, a divulgação de conversas privadas com Bolsonaro tinha como objetivo “destruí-lo no mundo evangélico”. Mas Malafaia afirma que os áudios, nos quais aparece criticando e até xingando o ex-presidente, são na verdade sua defesa: “Eu tenho intimidade para criticar Bolsonaro, para criticar Eduardo, para elogiar quando necessário. Prefiro ser criticado por palavreado do que por falta de caráter, omissão e covardia.”
O pastor acusou ainda o delegado responsável pelo caso de violar a Constituição ao vazar comunicações sigilosas e cobrou ação imediata do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e do próprio Moraes. “Se não denunciarem, estarão cometendo crime de prevaricação”, disparou.
A denúncia mais grave feita por Malafaia foi a de perseguição religiosa. Ele relatou que, ao desembarcar de Lisboa, agentes da PF apreenderam quatro cadernos de anotações de cunho teológico, fundamentais para sua atuação ministerial, além de seu passaporte. “Aqui não é só perseguição política, é perseguição religiosa. Estão me impedindo de exercer minha fé garantida pela Constituição”, afirmou.
Malafaia disse estar impedido de viajar para Boston (EUA), onde participaria no fim de setembro do casamento da filha de um pastor e de uma conferência evangélica. “Apreender passaporte é medida para risco de fuga. Eu, fugir? Eu não sou covarde, não tenho medo de prisão”, ironizou.
Ao final, o pastor afirmou ter enviado vídeos traduzidos para o inglês a autoridades americanas denunciando o que chamou de “perseguição religiosa no Brasil”. E lançou um desafio: “Será que vão vazar também minhas conversas de celular, inclusive com a imprensa? Que país é esse?”
Com acusações de alta voltagem política e religiosa, Malafaia tenta transformar o caso em bandeira de resistência, ampliando a disputa que já extrapolou os limites do Judiciário e se tornou um embate direto entre setores da política, da Justiça e das igrejas evangélicas.
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