A posse dos novos conselheiros reforça o compromisso do estado com a participação social e a qualidade do SUS
O CES/MS (Conselho Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul) empossou, [sexta-feira (29), 40 novos conselheiros entre titulares e suplentes para o mandato 2025-2028. A solenidade ocorreu no auditório do colegiado, em Campo Grande, e também marcou a eleição da mesa diretora, que será presidida por Ricardo Alexandre Corrêa Bueno.
Completam a direção Sebastião de Campos Arinos Junior (vice-presidente), Maria Antônia Conceição de Souza Kuendig (1ª secretária) e Crhistinne Cavalheiro Maymone Gonçalves (2ª secretária). O processo eleitoral foi conduzido pela Comissão Eleitoral, instituída conforme as Deliberações do CES/MS.
Para o vice-presidente do Cosems/MS (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de MS), Vinício de Faria e Andrade, a nova composição representa um avanço significativo. “Historicamente, sempre tivemos dificuldades em garantir uma participação mais ativa dos usuários, mas acreditamos que, com essa formação, será possível fortalecer o controle social e ampliar a contribuição da sociedade na construção das políticas públicas de saúde”, avaliou.
O presidente eleito do CES/MS, Ricardo Alexandre Corrêa Bueno, ressaltou os desafios do próximo triênio. “A expectativa é de que possamos aprimorar ainda mais o trabalho já desenvolvido, promovendo um debate qualificado sobre o SUS e sempre colocando o usuário no centro das discussões. Essa renovação do Conselho fortalece a representação das entidades e a construção de uma rede de saúde mais estruturada no estado”, declarou Bueno.
O CES/MS é uma instância permanente de deliberação coletiva e integra a estrutura básica da SES (Secretaria de Estado de Saúde). Seu papel é garantir a participação da sociedade civil organizada na formulação, fiscalização e monitoramento das políticas públicas de saúde, inclusive em aspectos econômicos e financeiros, fortalecendo o processo de controle social.
Novo programa de financiamento hospitalar
Durante reunião com os novos conselheiros de saúde, o secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões Corrêa, apresentou o novo programa de financiamento hospitalar estadual, uma iniciativa inédita que utiliza recursos próprios do Estado e visa ampliar o acesso, qualificar o atendimento e garantir a sustentabilidade da rede hospitalar em Mato Grosso do Sul.
A proposta está estruturada em um modelo de financiamento por módulos e classificação hospitalar, associada à implementação da Nova Arquitetura da Saúde, que reorganiza a rede pública conforme as diretrizes do SUS, promovendo a hierarquização e regionalização dos serviços de saúde.
O novo programa classifica os hospitais em três níveis: hospitais locais/municipais; hospitais de apoio regional e hospitais regionais e contempla o financiamento por módulos que abrangem diversas áreas estratégicas como clínica médica, pediatria com pronto-socorro, parto e nascimento, cirurgia geral, trauma e ortopedia, cirurgia geniturinária e leitos de UTI.
O programa se apoia em dois pilares principais: incentivos financeiros vinculados à produção em que os hospitais devem manter serviços essenciais em funcionamento e comprovar a produção nas áreas priorizadas e o financiamento contínuo e sustentável que garante repasses estáveis, estimula o atendimento regionalizado e incentiva os municípios a acolherem pacientes de cidades vizinhas, fortalecendo a cooperação e a resolutividade local.
Segundo o secretário, "o novo modelo amplia o acesso da população aos serviços hospitalares e assegura que os hospitais tenham condições de se manter e investir na qualificação do atendimento".
Integrado ao novo financiamento, o secretário também apresentou a Nova Arquitetura da Saúde, projeto que reorganiza a rede pública estadual de acordo com as diretrizes do SUS. O modelo prevê hierarquização e regionalização dos serviços:
A medida está regulamentada pela Resolução n. 598/CIB/SES, que define parâmetros de resolutividade e complexidade para cada tipo de hospital. O objetivo é corrigir distorções históricas na rede, que atualmente sofre com a sobrecarga de hospitais de referência, muitas vezes ocupados por pacientes que poderiam ser atendidos em unidades de menor complexidade. Essa situação gera custos elevados e compromete a qualidade do atendimento.
“Essa reorganização vai melhorar os fluxos, reduzir filas e garantir que cada paciente seja atendido no local certo, no tempo certo, pelo nível de assistência adequado”, afirmou Corrêa.
“A proposta representa um avanço significativo na estruturação do sistema de saúde. Queremos garantir um financiamento que assegure a sustentabilidade dos hospitais e permita melhorias contínuas nos serviços oferecidos à população”, concluiu o secretário.
Kamilla Ratier, Comunicação SES
Fotos: Kamilla Ratier