Política Anistia
Lula barra anistia do 8 de janeiro e desafia Tarcísio e a direita
Presidente alerta que perdão aos envolvidos na depredação da Praça dos Três Poderes atenta contra democracia e enfraquece projeto da oposição
04/09/2025 09h34
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu um recado firme nesta quarta-feira (3) ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP): não haverá anistia para os envolvidos na depredação da Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro. O encontro ocorreu no Palácio da Alvorada, um dia após o União Brasil anunciar que deixará a base do governo federal, aumentando a tensão política em Brasília.

Conflito com a direita e riscos políticos

Lula deixou claro que qualquer perdão aos condenados seria um ataque à democracia e à soberania nacional. No Palácio do Planalto, a avaliação é que aprovar uma anistia ampla beneficiaria politicamente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e representaria uma concessão à pressão externa, inclusive de Donald Trump.

Enquanto Alcolumbre trabalha em uma proposta de redução de pena apenas para alguns condenados, o PL defende anistia geral, incluindo Bolsonaro, que não encontra apoio nem no Senado nem na Câmara. A diferença estratégica entre os partidos mostra o racha da oposição e o poder do governo em frear avanços da direita.

A corrida para 2026

Nos bastidores, Tarcísio intensificou articulações em Brasília tentando viabilizar uma anistia ampla, mas a maioria dos deputados conservadores considera a medida inviável. O governo aposta em Alcolumbre para bloquear qualquer projeto que inclua Bolsonaro, enquanto a Câmara ainda representa risco concreto, com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), alinhado a líderes de direita.

O governo reforça que, mesmo que a Câmara aprove, a proposta não teria votos suficientes no Senado, mantendo o controle do Planalto sobre o tema.

Estratégia de “separar o joio do trigo”

Alcolumbre sinaliza que pode diferenciar organizadores e financiadores do ato dos participantes comuns, buscando minimizar penas consideradas excessivas. No PT, a leitura é clara: o movimento da direita é teste político para 2026, com Tarcísio visto como o principal adversário do projeto de reeleição de Lula.

O episódio evidencia o confronto direto entre o governo e setores da oposição, colocando a disputa eleitoral do próximo ano já no centro das articulações em Brasília.

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*Com informações CNN