Enquanto Jair Bolsonaro (PL-RJ) enfrenta julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), a oposição se movimenta para garantir a votação da anistia no Congresso Nacional, agora com o reforço estratégico do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). A movimentação ocorreu nesta terça-feira (2), mesmo dia em que o STF iniciou o julgamento dos réus do chamado “núcleo 1” do inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado.
Além de atuar nos bastidores para recuperar os direitos políticos de Bolsonaro e garantir anistia aos condenados do 8 de janeiro, Tarcísio subiu o tom contra o Supremo, criticando publicamente a condução dos processos. No Congresso, a anistia já estava na lista de prioridades da oposição, e a expectativa é de que o tema ganhe ainda mais força em meio ao julgamento do ex-presidente.
O líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), declarou:
“A anistia precisa ser pautada. Entendemos que já está construída com os demais partidos, temos votos de plenário e não há motivo para não pautar, até para mostrar que a sociedade brasileira está querendo virar a página.”
O desembarque de PP e União Brasil da base do governo Lula enfraquece ainda mais o Palácio do Planalto e fortalece a pauta da oposição. A federação União Progressista, formada pelos dois partidos, anunciou que seus filiados deixarão cargos no governo federal, sob risco de expulsão. O anúncio foi feito pelos presidentes Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP-PI), em alinhamento com os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte), que deixarão a administração em até 30 dias.
Com 109 deputados, a federação deve agora reforçar a pressão para que a anistia seja pautada na Câmara, com apoio formal do PL e do Novo. No Senado, contudo, o presidente Davi Alcolumbre (União-PA) ainda pode barrar a votação caso mantenha os indicados no governo Lula.
A presença do governador de São Paulo em Brasília é vista como estratégica para a anistia, principalmente por sua influência no Republicanos, partido do presidente da Câmara, Hugo Motta, responsável pela pauta da Casa. Tarcísio tratou do tema a portas fechadas com Marcos Pereira, presidente nacional da sigla, na véspera do julgamento de Bolsonaro, reforçando a articulação da oposição e aumentando a expectativa de que a anistia seja colocada em votação.
O cenário político se acirra: enquanto o STF analisa Bolsonaro, a oposição se organiza para tentar viabilizar o perdão legal aos envolvidos no 8 de janeiro, ampliando o embate entre Legislativo, Executivo e Judiciário no país.
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*Com informações Gazeta do Povo