Um áudio divulgado nesta quinta-feira (4) por Eduardo Tagliaferro, ex-chefe do setor de combate à desinformação do TSE, aponta práticas questionáveis de assessores do ministro Alexandre de Moraes no STF durante as eleições de 2022. No registro, Airton Vieira, juiz auxiliar de Moraes, admite que evitou seguir o procedimento formal para solicitar relatórios sobre cidadãos críticos ao tribunal, por temer que o pedido oficial “ficasse muito descarado”.
“Como o juiz instrutor lá do Supremo manda para alguém lotado no TSE, e esse alguém, sem mais nem menos, obedece, manda um relatório”, disse Vieira, segundo a transcrição divulgada por Tagliaferro. A declaração sugere que regras regimentais foram contornadas, criando uma rede informal que teria facilitado a produção de dados sensíveis sem transparência.
Os relatórios produzidos pelo setor de enfrentamento à desinformação do TSE subsidiaram operações como mandados de busca e apreensão, com o objetivo de monitorar e punir grupos e indivíduos críticos ao STF. Tagliaferro, responsável técnico pelos documentos, denuncia agora a falta de formalidade e os riscos de abuso de poder.
O gabinete de Moraes nega irregularidades, afirmando que todas as ações foram “oficiais, regulares e documentadas” e seguem o poder de polícia do tribunal. No entanto, o áudio acende um alerta sobre possíveis desvios na condução de processos que envolvem cidadãos críticos ao STF, levantando sérias questões sobre transparência, controle e respeito às normas eleitorais.
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*Com informações Gazeta do Povo