Economia Cesta básica
Campo Grande registra sexta cesta básica mais cara do país, apesar de leve queda em agosto
Trabalhador compromete mais da metade do salário mínimo apenas para comprar itens essenciais na capital sul-mato-grossense
05/09/2025 12h32
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Campo Grande manteve em agosto de 2025 um dos custos mais altos da cesta básica entre as capitais brasileiras, segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). O valor total dos alimentos essenciais caiu 0,90% em relação a julho, passando de R$ 775,76 para R$ 768,79, impulsionado pela redução no preço do tomate e do arroz.

Mesmo com a queda, a capital registrou a sexta cesta básica mais cara do país, e um trabalhador que recebe o salário mínimo de R$ 1.518 precisaria trabalhar 111 horas e 25 minutos — cerca de 14 dias — para adquirir os itens essenciais. O comprometimento da renda com alimentos básicos chegou a 54,75%, acima da média nacional de 49,89%.

Entre os produtos que pesaram no bolso do consumidor, destacam-se altas em feijão-carioca (0,46%), carne bovina (2,11%) e açúcar (2,30%), contrariando a tendência nacional de queda de preços em 24 das 27 capitais. Já a batata e o arroz apresentaram queda significativa, assim como o tomate, reduzindo parcialmente o impacto no custo final.

O levantamento do Dieese também indica que, para suprir todas as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas, incluindo alimentação, moradia, saúde, educação e transporte, o salário mínimo ideal deveria ser de R$ 7.147,91 — quase cinco vezes o valor atual do piso nacional.

O estudo revela que, embora haja pequenas reduções pontuais em agosto, a pressão sobre a renda dos trabalhadores segue intensa, especialmente em cidades como Campo Grande, onde o preço dos alimentos essenciais continua entre os mais altos do país.

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