O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), jogou um balde de água fria nas expectativas do Centrão e da oposição nesta terça-feira (9). Em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, Motta afirmou que não há previsão para votação nem escolha de relator do Projeto de Lei da Anistia, uma das principais bandeiras bolsonaristas.
A declaração contrasta com a pressão de líderes do Centro, que até pouco tempo resistiam à proposta, mas agora exigem sua tramitação. Na semana passada, em reunião com o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), Motta havia sinalizado que pautaria a anistia, mas sem definir prazos. Sóstenes ainda revelou que o presidente da Casa garantiu a escolha de um relator de partido do Centro, deixando claro que nenhum deputado do PL será contemplado.
O cenário se agrava com o desembarque do União Brasil e do PP do governo Lula, movimento que fortalece a ofensiva pela anistia. Mesmo assim, Motta mantém cautela diante da resistência explícita do Planalto, que teme os efeitos políticos da proposta.
A contradição expõe um impasse: de um lado, a promessa feita por Motta à oposição em fevereiro; do outro, a pressão do governo e o receio de inflamar ainda mais o debate em torno de Bolsonaro e de seus aliados. Enquanto isso, os cargos do segundo escalão controlados por Arthur Lira (PP-AL) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) permanecem intocados, permitindo que seus partidos atuem de forma ambígua — apoiando a anistia sem romper oficialmente com a base governista.
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*Com informações Metrópoles