O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), jogou pesado no tabuleiro político: logo após aprovar a urgência do polêmico PL da Anistia, que rendeu ao governo uma derrota expressiva, ele anunciou que vai destravar a votação da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda já na próxima semana. O movimento é visto como um “prêmio de consolação” para a base governista, pressionada pelo desgaste.
A proposta, relatada pelo ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL), isenta do tributo quem ganha até R$ 5 mil e concede desoneração parcial a salários de até R$ 7.350, promessa de campanha central de Lula em 2022. Segundo Lira, a taxação de “super-ricos” que recebem entre R$ 600 mil e R$ 1,2 milhão por ano garantirá superávit e permitirá a medida, beneficiando cerca de 10 milhões de brasileiros.
O Planalto vê na pauta uma chance de recuperar fôlego político às vésperas de um ano eleitoral, mas enfrenta resistência da oposição, que já prepara emendas para elevar a isenção até R$ 10 mil e enterrar a taxação sobre dividendos. O embate promete inflamar ainda mais o plenário.
Nos bastidores, líderes do governo apontam que a situação se complicou com a postura do PT contra a chamada “PEC da Blindagem”, que amplia o foro privilegiado de parlamentares. A insatisfação azedou de vez o clima entre Motta, o Centrão e a base lulista. O resultado: a anistia passou com 311 votos, contra 163, e agora a pauta do IR vira munição na disputa de poder entre Congresso e Planalto.
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*Com informações Metrópoles