Brasil Críticas
Lula dá recado duro a Eduardo Bolsonaro e critica sanções dos EUA na ONU
Presidente brasileiro reforça soberania, condena ofensiva de Israel e alerta que “democracia não se negocia”
23/09/2025 10h08
Por: Tatiana Lemes
Foto: Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não poupou palavras nesta terça-feira (23) na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Em um discurso enfático, o chefe do Planalto reafirmou a soberania do Brasil, criticou sanções “arbitrárias” e enviou um recado direto a opositores internos, incluindo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

“Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu recado a todos os candidatos autocratas e aqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”, afirmou Lula. O presidente acusou ainda que “falsos patriotas promovem ações publicamente contra o Brasil”, em referência às movimentações de Eduardo Bolsonaro e do influencer Paulo Figueiredo.

O discurso também incluiu uma dura crítica à ofensiva militar de Israel em Gaza: “Nada justifica o genocídio em Gaza”, declarou, posicionando-se como defensor de direitos humanos no cenário internacional.

A fala de Lula ocorre um dia após os Estados Unidos anunciarem nova rodada de sanções a autoridades brasileiras, em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. A tensão diplomática com Washington é ampliada pelo histórico recente de revogação de vistos de autoridades ligadas ao programa Mais Médicos e de restrições à circulação de ministros brasileiros.

A agenda de Lula nos EUA inclui encontros bilaterais, participação em conferências sobre Palestina e defesa da democracia, além de eventos ambientais preparatórios para a COP30. Entre os destaques, estão a Cúpula das NDCs e o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), ambos voltados à mitigação das mudanças climáticas e à proteção da Amazônia.

Apesar da proximidade com o presidente norte-americano, Donald Trump, não há previsão de diálogo formal, embora Lula tenha se declarado aberto a cumprimentar o republicano “como cidadão civilizado” e disposto a negociar tarifas diretamente, se houver oportunidade.

O tom firme de Lula sinaliza que o Brasil não aceitará pressões externas nem manobras internas que, em sua visão, ameacem a democracia e a soberania nacional, posicionando o país como protagonista em debates multilaterais e reafirmando sua postura independente no cenário internacional.

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*Com informações Metrópoles