Política Soberania
Lula aposta na bandeira da soberania enquanto economia trava: pacotes sociais e discurso diplomático tentam segurar popularidade
Governo tenta atrair votos com programas sociais e aliados internacionais, mas cenário econômico e restrições fiscais podem definir eleições de 2026
26/09/2025 12h01
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acelerou a operação de marketing político com foco na eleição de 2026, apostando em programas sociais bilionários e gestos de diplomacia internacional para conquistar eleitores. Após o encontro com Donald Trump na ONU, a estratégia de “defesa da soberania nacional” ganhou destaque, mas analistas alertam: a economia continuará determinando o voto do brasileiro.

Entre as medidas populistas, destacam-se o “Luz do Povo”, oferecendo energia elétrica gratuita para famílias de baixa renda, e o “Gás do Povo”, que subsidia o gás de cozinha, além de estudos para transporte coletivo gratuito, que poderiam custar mais de R$ 50 bilhões por ano. Paralelamente, o governo pressiona o Congresso para aprovar a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000, beneficiando cerca de 10 milhões de pessoas e reforçando a narrativa de cuidado com a população de menor renda.

Apesar do apelo, a popularidade de Lula estagnou em 51%, mostrando que a bandeira da soberania e as medidas eleitorais não bastam para superar os problemas econômicos. O crescimento projetado de 1,5% em 2026, juros elevados e inflação persistente mantêm pressão sobre a população e limitam o efeito político dos pacotes sociais.

Especialistas apontam que o governo está em uma armadilha fiscal: gastos elevados e investimentos reduzidos impedem aumento de produtividade e crescimento sustentável. Para compensar, o Banco Central mantém a Selic em 15% ao ano, freando crédito e consumo, enquanto o Planalto tenta estimular a economia artificialmente com programas sociais.

“O eleitor sente no bolso o impacto da economia. Por mais que o governo faça gestos internacionais ou distribua benefícios, no fim o que pesa é como está a vida das pessoas”, afirma Graziella Testa, cientista política da FGV.

No cenário externo, a aproximação com Trump e a defesa de interesses nacionais dão visibilidade política, mas não alteram a realidade fiscal e econômica do país, que continua como o fator decisivo para a eleição. O Planalto aposta na combinação de pacotes sociais, gestos diplomáticos e medidas populistas para tentar equilibrar a balança eleitoral, mas a verdade da economia pode se impor sobre qualquer estratégia política até outubro de 2026.

Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias. 

*Com informações Gazeta do Povo