Política Gastos
Câmara cobra Prefeitura por gastos com pessoal acima do limite legal em Campo Grande
Audiência pública revela que despesas já comprometem 55,85% da receita, ultrapassando teto da Lei de Responsabilidade Fiscal
01/10/2025 08h36
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A prestação de contas da Prefeitura de Campo Grande referente ao 2º quadrimestre de 2025, apresentada nesta terça-feira (30) em audiência pública na Câmara Municipal, acendeu o alerta entre os vereadores. O relatório exibido pela secretária municipal de Finanças e Planejamento, Márcia Hokama, mostrou que as despesas com pessoal chegaram a R$ 2,208 bilhões, o que representa 55,85% da Receita Corrente Líquida (RCL) — índice acima do limite máximo de 54% estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O aumento é de 5,86% em relação ao mesmo período de 2024, quando os gastos somaram R$ 2,086 bilhões, e gerou uma série de questionamentos dos parlamentares. O presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, Otávio Trad, questionou a eficácia das medidas de contenção anunciadas pelo Executivo. “Não vemos os decretos de contenção e a reforma administrativa surtirem efeito na prática e nos números”, afirmou.

O vereador Maicon Nogueira reforçou a cobrança por resultados concretos: “A Câmara concorda com as medidas de contenção, mas precisamos ver efeito prático. O Poder Público precisa dar exemplo”. Já Ronilço Guerreiro destacou a necessidade de melhor gestão dos recursos da saúde, enquanto Landmark apontou discrepâncias entre o relatório e a realidade vivida pela população, citando falta de medicamentos e dívidas de organizações sociais.

Em resposta, a secretária Márcia Hokama justificou que os reajustes concedidos ao longo dos últimos 12 meses — para o magistério, guardas municipais, agentes de endemias, além de servidores ativos e inativos com direito à paridade — foram determinantes para o crescimento da folha. Segundo ela, a ampliação da rede de ensino, com novas salas em Emeis como Inápolis e São Conrado, também elevou a necessidade de pessoal.

A audiência, promovida pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, integra as exigências da LRF e reforça o papel do Legislativo na fiscalização da gestão financeira do município.

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