Política Fortalecimento
Azambuja fortalece poder regional com migração para o PL e tensiona direita em MS
Mudança estratégica busca blindar hegemonia de Riedel e garantir recursos partidários, mas bolsonaristas podem desafiar unidade da direita sul-mato-grossense
08/10/2025 09h51
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O grupo político do ex-governador Reinaldo Azambuja migrou do PSDB para o PL, movimento considerado, pelo cientista político Daniel Miranda (UFMS), “quase inevitável” para manter influência e acesso a fundos partidário e eleitoral. A mudança ocorre em um momento de disputa acirrada no campo conservador, que pode testar a coesão da direita em Mato Grosso do Sul.

Segundo Miranda, a decisão é tanto pragmática quanto estratégica. Enquanto o PSDB já não oferecia visibilidade nacional ou recursos financeiros, o PL assegura articulação política e capacidade de atuação em nível federal, além de alinhar o grupo com tendências mais próximas ao bolsonarismo.

O movimento consolida o controle do grupo de Azambuja e do governador Eduardo Riedel sobre o Executivo e Legislativo estadual, bem como sua influência sobre a prefeitura de Campo Grande. Apesar disso, setores da direita mais radical, incluindo Marcos Pollon (PL), Renan Contar (PRTB) e João Henrique Catan (PL), podem atuar como fator de tensão, especialmente em disputas como a do Senado.

Miranda destaca que Eduardo Bolsonaro é o elemento mais imprevisível, capaz de mobilizar núcleos do eleitorado ideológico e fortalecer figuras como Pollon, o que pode reativar rivalidades dentro da direita sul-mato-grossense.

O especialista reforça que a estratégia de Azambuja busca transformar o PL em base sólida de poder e financiamento, permitindo ao ex-governador manter controle político mesmo sem cargo eletivo. Com o PT enfraquecido e a direita radical fragmentada, a reeleição de Riedel é considerada provável, enquanto a disputa ao Senado permanece como o principal ponto de incerteza.

A engenharia partidária de Azambuja, que integra PL, União Brasil e PP, conta com recursos estimados em mais de R$ 20 milhões, consolidando a influência do grupo e ampliando sua capacidade de articulação política em nível estadual e nacional.

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*Com informações Campo Grande News