Polícia Corrupção
Operação Águas Turvas expõe esquema de corrupção em Bonito com figura misteriosa no comando
Ministério Público investiga “Pouca Sombra”, suposto líder de fraudes em licitações, enquanto quatro pessoas são presas e contratos somam R$ 4,3 milhões
09/10/2025 09h17
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O Ministério Público Estadual revelou detalhes de um esquema de corrupção estruturado na Prefeitura de Bonito, investigado na Operação Águas Turvas, comandada pelo Gecoc. No centro da investigação está uma figura ainda não identificada, apelidada de “Pouca Sombra”, apontada como o comandante das fraudes em licitações e descrita como sendo “de baixa estatura e do alto escalão” do município.

Interceptações mostram diálogos entre a gerente de licitações Luciane Cintia Pazette e o empresário Genilton Moreira, proprietário da Base Construtora e Logística, discutindo o direcionamento de contratos milionários. Em uma das conversas, Luciane pergunta se Genilton já havia fechado um “acordo com Pouca Sombra”, indicando que a aprovação final das fraudes passava por essa figura central.

A investigação do MPE aponta que o esquema funcionava de forma hierarquizada, com participação de figuras do primeiro escalão da prefeitura. Até o momento, os contratos fraudados somam R$ 4.397.966,86, e os crimes investigados incluem corrupção ativa e passiva, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.

Na operação, realizada na terça-feira, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Bonito, Terenos e Curitiba (PR). Foram presos o secretário de Finanças Edilberto Cruz, a gerente de licitações Luciane Cintia Pazette, Carlos Henrique Sanches Corrêa e Genilton Moreira, que havia sido solto recentemente após prisão por esquema em Terenos.

Segundo o MPE, os agentes públicos, em conluio com empresários, simulavam concorrências e criavam exigências específicas para direcionar licitações, garantindo vantagens indevidas para o grupo criminoso.

O nome da operação, “Águas Turvas”, faz referência à perda de transparência nas licitações, ironicamente contrastando com a imagem de Bonito, famosa por suas águas cristalinas e belezas naturais.

A identidade de “Pouca Sombra” segue sendo um dos principais focos das investigações, mas sua menção nos diálogos confirma a existência de uma organização criminosa estruturada e comandada de dentro da prefeitura.

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*Com informações Investiga MS