Política Disputa
Dividida entre Lula e Riedel, Simone Tebet embaralha o tabuleiro político em Mato Grosso do Sul
Ministra confirma desejo de disputar o Senado, mas indecisão sobre alianças pode redefinir cenários e provocar crise no MDB sul-mato-grossense
13/10/2025 09h03
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), admitiu que seu “coração pede” para disputar uma das vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul em 2026. A declaração, feita durante agenda em Campo Grande, reacendeu o debate sobre o futuro político da ministra, que mantém boa relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, ao mesmo tempo, proximidade com o governador Eduardo Riedel (PP).

Simone confirmou ter recebido convites de outros partidos e até propostas para mudar de domicílio eleitoral, mas garantiu que sua decisão será tomada após uma conversa com Lula no fim do ano. Apesar das especulações, ela reafirmou lealdade ao MDB:

“Sou do MDB desde criança. Tive um único namorado e um único marido. Mudar de partido ou domicílio seria uma ruptura muito difícil para minha vida.”

O cenário, porém, é delicado. O MDB sul-mato-grossense está dividido: parte da legenda apoia Riedel, enquanto outros enxergam em Simone uma possível candidata do campo lulista ao Senado. Essa tensão pode gerar um racha interno e comprometer alianças regionais.

Enquanto isso, o marido da ministra, Eduardo Rocha (MDB), chefe da Casa Civil de Riedel, deve deixar o cargo nos próximos dias para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, alinhado ao projeto de reeleição do governador.

Nos bastidores, o PT tenta atrair Simone para uma frente ampla em apoio a Lula, o que exigiria dela abrir mão do apoio a Riedel. O partido quer usar seu nome como peça-chave para fortalecer o grupo no Estado, chegando a propor uma chapa com Fábio Trad ao governo e Vander Loubet como suplente de Simone ao Senado — convite que surpreendeu até mesmo o PT.

Por outro lado, Riedel segue como favorito nas pesquisas, com chances reais de vitória em primeiro turno. Ele mantém boa relação pessoal com Simone, mas politicamente deve apoiar o candidato da oposição a Lula para a presidência.

Com Reinaldo Azambuja (PSDB) praticamente consolidado em uma das vagas ao Senado, a disputa pela segunda cadeira promete ser acirrada, com nomes como Gerson Claro (PP), Nelsinho Trad (PSD), Capitão Contar (PRTB) e Gianni Nogueira (PL) no páreo.

A eventual candidatura de Simone Tebet, portanto, não apenas embaralha as alianças estaduais, mas também pode redefinir o equilíbrio de forças entre o Planalto e o Governo de Mato Grosso do Sul, tornando o Estado um dos epicentros políticos mais estratégicos de 2026.

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*Com informações Investiga MS