O governo federal iniciou uma ofensiva sem precedentes para reorganizar sua base aliada no Congresso, atacando diretamente parlamentares que descumpriram a orientação do Palácio do Planalto em votações estratégicas. Desde a última sexta-feira (10), o Diário Oficial da União vem publicando exonerações de funcionários indicados por políticos que votaram contra a Medida Provisória que aumentava a tributação de bets, fintechs e letras de crédito — considerada pelo governo como um teste final de fidelidade.
Fontes do Planalto afirmam que a MP, que poderia gerar cerca de R$ 17 bilhões a mais para o cenário fiscal, foi o divisor de águas para medir lealdade. Dos 444 votos, 251 foram favoráveis ao governo e 193 contrariaram, revelando uma série de aliados “traidores”.
Agora, o governo redistribui as vagas para aqueles que entregam votos e demonstram alinhamento, ao mesmo tempo em que pune quem se afastou. Entre os atingidos estão integrantes do PSD, que haviam orientado contrariamente à votação, e indicados de partidos como PP e PL — este último ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na Caixa Econômica Federal, por exemplo, foram demitidos indicados de Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro de Bolsonaro e articulador da oposição para 2026. José Trabulo Junior, ex-consultor da presidência do banco e próximo a Nogueira, está entre os atingidos.
Para aliados fiéis, a medida é celebrada como uma demonstração de força e coerência do governo, que deixa claro que cargos públicos não são moeda de troca para votos divergentes. Já no Congresso, a movimentação promete reaquecer tensões entre Planalto e partidos da base que ainda resistem à disciplina partidária, sinalizando que a batalha pelo alinhamento para 2026 começou oficialmente.
O episódio expõe de forma cristalina que, no governo Lula, a fidelidade política passou a ter preço alto — e a desobediência, consequência imediata.
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*Com informações CNN