Brasil Vaga STF
Pressão sobre Lula explode: STF pede nome “firme e moderado”, enquanto 40 mil mulheres exigem ministra na vaga de Barroso
Entre aliados e movimentos sociais, presidente é pressionado a escolher entre Jorge Messias, Rodrigo Pacheco ou uma mulher para o Supremo
15/10/2025 10h37
Por: Tatiana Lemes
Foto: Valter Campanato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta uma crescente pressão política e social na escolha do sucessor do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto ministros da Corte pedem um nome “firme” e “moderado”, movimentos feministas e personalidades públicas, como a cantora Anitta, exigem que Lula indique uma mulher para o cargo — o que seria apenas a quarta na história da instituição.

Durante um jantar reservado no Palácio da Alvorada, nesta terça-feira (14), com ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin, além do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, Lula ouviu de forma atenta os conselhos sobre o perfil ideal do novo magistrado. Segundo relatos, o presidente concordou com o diagnóstico de que a Corte precisa de equilíbrio em meio às tensões políticas que cercam o Judiciário.

O nome favorito do Planalto segue sendo o do advogado-geral da União, Jorge Messias, homem de confiança de Lula. Mas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ganhou força dentro do próprio STF, onde ministros enxergam nele um perfil institucional e político capaz de dialogar com o Legislativo.

O presidente deve se reunir novamente com Davi Alcolumbre (União-AP) antes de anunciar a decisão — prevista para a próxima semana, de modo que a sabatina no Senado ocorra ainda em novembro.

Enquanto isso, a “Carta Aberta ao Presidente Lula”, organizada por um grupo de juristas e ativistas, ultrapassou 40 mil assinaturas pedindo que o novo ministro seja uma mulher com sólida trajetória jurídica e compromisso democrático. O manifesto destaca que, em 134 anos de história, apenas três mulheres ocuparam assentos na Suprema Corte — Ellen Gracie, Rosa Weber e Cármen Lúcia — e lembra que, entre dez indicações feitas por Lula, apenas uma foi feminina.

“A nova vacância oferece uma oportunidade ímpar para corrigir uma assimetria histórica e fortalecer a legitimidade democrática do Tribunal”, diz o texto, assinado por advogadas, acadêmicas e figuras públicas.

Nas redes sociais, Anitta endossou o pedido:

“Existem mulheres qualificadas para o cargo num país em que a maioria da população é feminina. Nosso apelo é feito com esperança”, escreveu a cantora.

Com o apoio dividido entre a confiança pessoal em Messias, a força política de Pacheco e a crescente pressão popular por representatividade feminina, Lula se vê diante de uma das decisões mais sensíveis de seu terceiro mandato — uma escolha que pode redefinir a imagem do Supremo e do próprio governo.

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*Com informações CNN