Em mais um movimento para conter a crise na base governista, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi escalado para liderar a reorganização política entre o Centrão e o governo Lula (PT). A missão, combinada diretamente com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, busca redefinir o mapa de cargos e recompensar partidos que mantenham fidelidade nas votações.
De acordo com informações de bastidores, Motta iniciou uma rodada de conversas com líderes partidários para renegociar espaços no governo, numa tentativa de recompor o apoio parlamentar após a derrota na medida provisória que tratava da alta do IOF. A estratégia repete práticas de gestões anteriores da Câmara, nas quais o presidente da Casa funcionava como o principal mediador entre o Planalto e os deputados.
“Vamos reorganizar a base do governo e fazer as mudanças necessárias, com responsabilidade. Quem quiser estar no governo, precisa ser voto do governo no Congresso”, declarou Gleisi Hoffmann, sinalizando que Lula avalizou a operação política.
Nos bastidores, Hugo Motta tem dito a interlocutores que seu poder de articulação é limitado, já que não participou dos acordos de distribuição de cargos feitos sob Arthur Lira (PP-AL). Ainda assim, sua entrada nas negociações é vista como uma tentativa de reaproximação com o Centrão — bloco que tem cobrado mais espaço e influência nas decisões do governo.
O movimento reforça o clima de tensão e barganha política em Brasília, onde cada voto no Congresso tem se tornado moeda valiosa para o Planalto.
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*Com informações Metrópoles