O pastor Silas Malafaia não poupou palavras ao criticar o bispo Samuel Ferreira, líder da Assembleia de Deus no Brás, após o religioso se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (16), no Palácio do Planalto, em Brasília. Para Malafaia, a aproximação de Ferreira com o petista representa um desvio dos princípios cristãos e um sinal de conivência com ideologias que vão contra a fé.
No encontro, Ferreira destacou o crescimento da igreja e o trabalho social da instituição, presenteou Lula com uma Bíblia e a edição de ouro do Centenário de Glória da Assembleia de Deus, e orou pelo presidente e pelo país. A visita causou surpresa dentro do meio evangélico, já que a maioria dos líderes mantém distância do governo.
Malafaia criticou duramente a postura de Ferreira, afirmando que “um verdadeiro cristão não apoia Lula” e que apoio político deve se basear em valores, caráter e fé. Ele lembrou que chegou a apoiar o presidente em 2002, mas rompeu diante da ideologia comunista assumida pelo petista e dos escândalos de corrupção.
“Vergonha seria eu apoiar Lula hoje, depois de toda ideologia que ele defende e toda a lama da corrupção em que esteve envolvido”, disse Malafaia. Para ele, Lula ataca família, pátria e costumes — valores que, segundo o pastor, são inegociáveis para a fé cristã.
O episódio também ganhou repercussão nas redes sociais com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que compartilhou a notícia acompanhada de versículos bíblicos, incluindo Mateus 6:24, lembrando que “não se pode servir a dois senhores”, reforçando o alerta sobre a aproximação de Ferreira com o petista.
A reação de Malafaia reflete a divisão crescente no meio evangélico: enquanto Ferreira opta pelo diálogo com o governo, a maioria dos fiéis e líderes evangélicos mantém rejeição a Lula, conforme aponta a pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 8 de outubro, que mostra 63% dos evangélicos desaprovando o governo e apenas 34% aprovando.
O embate evidencia um choque de valores e estratégias políticas entre líderes religiosos, deixando claro que a igreja cristã se vê no centro de uma disputa ideológica que vai além da fé e mira diretamente nas escolhas políticas de seus representantes.
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