A nomeação de Guilherme Boulos (PSOL) para a Presidência Geral no Palácio do Planalto provocou reações de líderes de partidos de centro no Congresso Nacional, que enxergam no movimento uma tentativa explícita do governo Lula de tensionar o Centrão e transferir o confronto político para a sociedade.
Boulos, conhecido por liderar protestos contra o Congresso em episódios como a PEC da blindagem e o projeto de anistia a presos por tentativa de golpe, assume agora uma função estratégica que, para opositores de centro-direita, evidencia um “jogo sujo”: provocar, mobilizar ruas e depois negociar, tentando extrair vantagens políticas sem se expor diretamente.
Fontes da base governista confirmam que o Palácio do Planalto pediu ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que identifique parlamentares de centro dispostos a permanecer fiéis à base de Lula. Mas a percepção é de que o governo está aprofundando a polarização, “apertando o Congresso com uma mão e oferecendo concessões com a outra”.
Para lideranças de centro, a manobra é uma pressão calculada: “É morde e assopra. O governo usa a rua como ameaça e, depois, entra na negociação. É uma estratégia agressiva, que desestabiliza o equilíbrio político do Congresso”, afirmam.
A nomeação de Boulos marca, assim, um aprofundamento do distanciamento entre Executivo e centro-direita, sinalizando que Lula está disposto a transferir parte da disputa política para fora das casas legislativas e fortalecer seus aliados da esquerda, mesmo que isso acirre ainda mais a polarização nacional.
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