O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu um recado claro aos aliados e adversários: quem não apoia sua agenda de reeleição sente o peso do freio de arrumação. Antes mesmo de viajar para a Itália, onde se encontrou com o Papa Leão XIV, Lula determinou mudanças estratégicas em cargos públicos, atingindo parlamentares do Centrão que impediram a aprovação da MP que taxava aplicações financeiras, bets e fintechs e garantiria R$ 17 bilhões extras ao governo em 2026.

A derrubada da MP, articulada por setores da oposição e do Centrão, não apenas prejudicou a meta fiscal do governo, como também frustrou planos de patrocinar ações populares que poderiam reforçar a campanha de reeleição. Entre os interessados na derrota de Lula está o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos-SP), cotado como adversário para 2026.

Em resposta, a ministra Gleisi Hoffmann promoveu um expurgo calculado, trocando nomes indicados por deputados de União Brasil, PP, Republicanos, PSD e MDB em órgãos, autarquias e bancos públicos. A retaliação, no entanto, pouco atingiu aliados estratégicos, como os indicados por Arthur Lira na Caixa, sinalizando que Lula sabe quando pisar firme e quando recuar para não comprometer sua base eleitoral.

A movimentação evidencia que, no tabuleiro da reeleição, cargos públicos se tornaram ferramentas de pressão e moeda de barganha, enquanto o governo mantém o olho em aliados essenciais, mesmo que precise engolir alguns sapos do Centrão. A estratégia reforça que, para Lula, a derrota da MP não é um recuo, mas uma oportunidade para reorganizar o poder e punir quem ousa desafiá-lo.

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*Com informações Veja