O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), avança na implementação de um modelo de turismo que nasce das comunidades, valoriza a cultura e fortalece a relação entre pessoas e natureza. A iniciativa integra o projetoTocantins Produtivo, desenvolvido em parceria com o Banco Mundial, e consolida os avanços obtidos em reuniões técnicas realizadas nos últimos meses com a instituição financeira.
O foco agora está voltado ao Turismo de Base Comunitária (TBC), um dos segmentos mais transformadores do turismo contemporâneo, que ganha força no Jalapão, com investimentos de US$ 7 milhões, sendo US$ 5 milhões do Banco Mundial e US$ 2 milhões de contrapartida estadual, destinados ao fortalecimento de comunidades quilombolas e ao fomento do turismo sustentável e inclusivo.
A proposta do projeto é fortalecer seis comunidades quilombolas Barra da Aroeira (Santa Tereza), Boa Esperança, Mumbuca, Rio Novo e Carrapato (Mateiros) e Prata (São Félix), por meio de infraestrutura, capacitação e apoio a pequenos negócios, consolidando o Jalapão como referência nacional em turismo sustentável e inclusivo.
O secretário de Estado do Turismo, Romildo Santos, destacou que o projeto reflete o compromisso do governador Laurez Moreira com o desenvolvimento sustentável e inclusivo das comunidades tradicionais. “O Turismo de Base Comunitária reafirma o compromisso do Governo do Tocantins com um desenvolvimento que respeita, inclui e transforma. OTocantins Produtivomostra que é possível crescer preservando nossas raízes”, afirmou o gestor.
Segundo o gerente do projeto no Banco Mundial, Rodrigo Bonfim de Andrade, os objetivos são reduzir a vulnerabilidade econômica e ampliar a inclusão das populações tradicionais nas atividades turísticas. “O Jalapão é um lugar muito bonito e visado, mas que ainda tem pouca inclusão das populações que lá vivem. O projeto vai promover capacitações, apoiar pequenos negócios e ampliar a participação das comunidades quilombolas no turismo”, explicou.
A analista ambiental Dircivânia Ribeiro Martins, da Setur, ressaltou que o projeto contempla melhorias em pousadas comunitárias, a construção de centros culturais e a implantação de uma rede de trilhas interligando os quilombos à Cachoeira da Velha, um dos principais cartões-postais do Jalapão. “Essas ações vão permitir que o turista conheça mais a fundo a cultura local e que a renda do turismo realmente fique na comunidade”, enfatizou.
O economista José de Ribamar Félix, também integrante da equipe da Setur, lembra que esta é a terceira edição de um projeto de Turismo de Base Comunitária no Jalapão, agora com um olhar mais amplo e inclusivo. “A comunidade de Boa Esperança, por exemplo, antes isolada pela falta de infraestrutura, agora passa a integrar o circuito. Ela tem uma produção riquíssima de capim-dourado e instrumentos de buriti, e poderá se beneficiar diretamente do fluxo turístico”, pontuou.