A direita digital continua dando surra na esquerda desde 2018. Jair Bolsonaro venceu a eleição presidencial com um partido nanico, pouco tempo de TV e quase nada de recursos, conquistando o eleitorado pela internet e pelas redes sociais, onde foi elevado à condição de “mito”. Desde então, Lula e sua equipe tentam, sem sucesso até agora, retomar espaço nesse campo dominado pelos bolsonaristas.
Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva montou uma ofensiva digital robusta, milionária e estratégica, sob comando dos marqueteiros Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social, e Otávio Antunes, do PT. A missão é clara: tentar conter a supremacia da direita nas redes sociais e preparar o terreno para 2026.
Um levantamento da Nexus revelou que Lula lidera o ranking de relevância digital entre onze presidenciáveis, com 79,76 pontos, à frente de Eduardo Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. Nas plataformas TikTok e Instagram, ele domina; nas demais, fica em segundo. Mas a pesquisa deixa claro: a vantagem histórica da direita permanece intacta, e o avanço petista ainda é insuficiente para equilibrar a disputa.
O governo apostou em linguagem jovem, memes, vídeos de influenciadores e até adaptações de programas televisivos para engajar o público. A Secretaria de Comunicação Social já gastou R$ 379,8 milhões em mídia neste ano, com saltos estratosféricos em redes como TikTok (R$ 5,27 milhões, contra R$ 1,37 milhão em 2024) e Meta (R$ 41,3 milhões). Além disso, três empresas foram contratadas por quase R$ 100 milhões para cuidar da “moderação de conteúdo, análise de sentimentos e desenvolvimento de estratégias digitais”, deixando claro que a batalha virtual é encarada como guerra política.
Mesmo com essa estrutura milionária, especialistas alertam que a direita segue dominante, capaz de viralizar mensagens em minutos, como ocorreu no caso do Pix, em que vídeo do deputado Nikolas Ferreira atingiu 300 milhões de visualizações e obrigou o governo a recuar.
O avanço de Lula, portanto, é um esforço monumental para reduzir a frente digital da oposição, mas levanta questionamentos sobre os limites da intervenção estatal nas redes sociais e a disputa por narrativas na internet. A estratégia também reforça o alerta de que a guerra eleitoral em 2026 não será apenas nas urnas, mas nos cliques, likes e compartilhamentos, onde a direita continua ditando o ritmo e a esquerda corre para não ficar para trás.
A pergunta que fica: a ofensiva milionária de Lula conseguirá de fato equilibrar o jogo ou apenas reforçará a percepção de que o governo recorre a recursos públicos para tentar vencer a oposição na internet? A batalha digital está apenas começando, e os próximos meses prometem ser explosivos.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais.
*Com informações Veja