Economia Aumento
Crise da energia: brasileiros seguem reféns da bandeira vermelha e da incompetência do setor elétrico
Conta de luz dispara até R$ 7,87 a cada 100 kWh; inflação é pressionada e consumidores pagam a conta da má gestão
27/10/2025 09h31
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Os brasileiros continuam pagando caro pela falta de planejamento do setor elétrico. Desde junho, a bandeira vermelha encarece a conta de luz, alternando entre os patamares 1 e 2, com acréscimos que vão de R$ 4,46 a R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.

O efeito vai muito além do bolso das famílias: a tarifa elevada pressionou a inflação em setembro, quando a energia elétrica residencial subiu 10,31%, contribuindo com 0,41 ponto percentual no IPCA, indicador oficial de preços. O IBGE destaca que a manutenção da bandeira vermelha no patamar 2 foi decisiva para esse aumento recorde.

Segundo a Aneel, a culpa recai sobre os baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, que seguem abaixo da média e dificultam a geração de energia. Mas especialistas alertam: a crise é estrutural, fruto de anos de má gestão e investimentos insuficientes em alternativas.

As bandeiras tarifárias têm como objetivo sinalizar o custo real da geração e estimular o consumo consciente, mas na prática funcionam como um “imposto extra” sobre o consumidor, que não tem como fugir da cobrança.

O esquema funciona assim:

Em 2025, o cenário não melhorou: verde de janeiro a abril, amarela em maio, vermelha patamar 1 em junho e julho, patamar 2 em agosto e setembro, e novamente patamar 1 em outubro.

O consumidor espera agora a decisão da Aneel sobre novembro, que será divulgada na próxima sexta-feira (31), mas a dúvida permanece: até quando os brasileiros vão continuar pagando a conta da crise energética sem solução à vista?

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*Com informações Metrópoles