Política Confusão
Operação no Rio acende guerra ideológica na Assembleia de MS: “A esquerda gosta de bandido, a direita de bandidão”
Debate entre Coronel David e Pedro Kemp escancara polarização sobre segurança pública após ação com 121 mortos no Rio
05/11/2025 11h51
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A repercussão da Operação Contenção, que terminou com 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, ultrapassou fronteiras e incendiou o plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) nesta quarta-feira (5). Um embate verbal entre os deputados Coronel David (PL) e Pedro Kemp (PT) expôs, mais uma vez, a forte polarização política em torno da segurança pública.

O petista usou a tribuna para criticar a operação, afirmando que ações de confronto direto “não resolvem o problema do crime organizado” e apenas aumentam a violência. Segundo ele, o Estado deveria “atacar os chefes do tráfico que vivem em mansões de luxo, e não as comunidades pobres”.

O discurso de Kemp irritou Coronel David, que pediu a palavra e rebateu:

“As pessoas tratam segurança pública como conversa de esquina. A esquerda gosta de bandido, não do cidadão e nem do policial.”

O petista respondeu imediatamente, elevando o tom:

“E a direita gosta de bandidão.”

O confronto verbal provocou tumulto na sessão. O presidente da Casa, Gerson Claro (PP), precisou intervir para acalmar os ânimos e restabelecer a ordem.

Durante o debate, Zeca do PT também criticou o posicionamento da direita e questionou a viagem do governador Eduardo Riedel (PP) ao Rio de Janeiro para uma reunião sobre segurança após a operação:

“Quero saber quem bancou essa viagem. Quando o bandido é pobre e negro, a direita quer matar. Quando é rico, falam em anistia.”

A deputada Gleice Jane (PT) ainda defendeu que “qualquer cidadão tem direito de debater segurança pública”, e não apenas quem integra as forças policiais.

Mesmo após o clima tenso, a sessão prosseguiu. O episódio, contudo, deixou evidente que a guerra ideológica em torno da segurança pública — acentuada após a megaoperação no Rio — também chegou à política sul-mato-grossense.

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*Com informações Campo Grande News