Economia Fim do Consignado
Lula corta empréstimo consignado do Bolsa Família
Para os contratos já realizados, as prestações continuam sendo cobradas
24/02/2023 09h18 Atualizada há 3 anos
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Lula não está disposto perdoar as dívidas, mas cobrá-las até o fim

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) através da Caixa Econômica Federal, responsável pela maior parte dos empréstimos consignados atrelados ao Auxílio Brasil, decidiu interromper a modalidade de crédito do Bolsa Família, durante seu governo. Ele suspendeu a linha de crédito desde o dia 12 de janeiro para revisão.

O modelo foi criado durante o Governo Bolsonaro, para ajudar as famílias de baixa renda, visto que as mesmas encontram dificuldades para acesso às linhas de créditos, já que não possuem renda suficiente para contratá-las. 

No início de fevereiro, o governo federal  reduziu de 40% para 5% o limite de desconto mensal para beneficiários do Auxílio Brasil (atual Bolsa Família) que contratarem a modalidade de crédito consignado. O número máximo de parcelas também foi reduzido de 24 para 6.

"A CAIXA informa que os estudos técnicos sobre o Consignado Auxílio foram concluídos e o banco decidiu retirar o produto de seu portfólio. A linha de crédito estava suspensa desde o dia 12 de janeiro para revisão", disse o banco. 

Para os contratos já realizados, as prestações continuam descontadas de forma automática pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

A presidente do banco, Rita Serrano, em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada na quarta-feira (22), disse que com as novas regras, a operação "não se paga". “Com as novas regras, a operação não se paga”, disse.

Ela negou que tenha possibilidade de perdoar as dívidas das pessoas que já contrataram a modalidade de crédito. Se houver perdão da dívida, precisará ser com recursos da União, e não do banco, argumentou. Neste caso, Lula não está disposto perdoar as dívidas, mas cobrá-las até o fim, já que estourou o teto de gastos em seu governo.

Serrano disse também que não teme alta da inadimplência. Segundo ela, "haverá alguma inadimplência, mas no cálculo dos juros, isso já foi avaliado".