Política Abin
Cancelada audiência sobre interferência da Abin em investigação da Polícia Federal contra Renan Bolsonaro
General Augusto Heleno falta audiência por problemas de saúde
22/11/2022 11h11 Atualizada há 3 anos
Por: Fonte: Revista Oeste
Segundo a PF, integrante da Abin teria atuado para atrapalhar as investigações - (Foto: Divulgação/Abin)

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados cancelou a audiência prevista para esta terça-feira (22), com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, por problemas de saúde, e ainda não foi marcada uma nova data para ouvir o ministro.

Augusto Heleno prestaria esclarecimentos acerca das interferências, por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em investigação conduzida pela Polícia Federal envolvendo Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente da República.

INQUÉRITO ENCERRADO

Em agosto deste ano, a Polícia Federal (PF) encerrou o inquérito que apurava o suposto tráfico de influência de Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL). E, a investigação, que tentava esclarecer se Renan usou o acesso ao Palácio do Planalto para se beneficiar, foi encaminhada ao Ministério Público Federal.

Em abril deste ano, o filho do presidente prestou depoimento na PF e negou ter recebido vantagens de um grupo empresarial do setor de mineração por ser filho de Bolsonaro. Além da apuração sobre o tráfico de influência, o inquérito também investigava uma possível lavagem de dinheiro.

O inquérito foi aberto depois que o jornal O Globo fez uma reportagem informando que o filho do chefe do Executivo teria recebido um carro elétrico, de R$ 90 mil, do grupo Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, em setembro de 2020.

Depois, Renan teria presenteado seu personal trainer Allan Lucena com o veículo. Um mês após a doação, a empresa agendou um encontro com o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, e com Renan.

Conforme divulgou o jornal na terça-feira 30, a PF informou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) “atrapalhou” a investigação do filho do presidente. Segundo a reportagem, um integrante da Abin disse ter sido orientado a levar informações sobre o inquérito aos investigados para “prevenir riscos à imagem do presidente Bolsonaro”.

Após ser interpelado sobre a suposta interferência, o chefe do Executivo negou possuir influência na Abin. “Não tenho influência sobre a Abin, ela faz seu trabalho”, disse o presidente, durante um evento de setor e comércio. “Investigue. Não compare meus filhos com os do Lula. Vocês passaram anos sem falar do filho do Lula. Qualquer filho tem de ser investigado, agora parem de massacrar.”