Economia Fraude
Deputado consegue assinaturas para CPI da Americanas
Abertura da Comissão depende da leitura do requerimento pelo presidente da Câmara
09/03/2023 11h32 Atualizada há 3 anos
Por:
O pedido de recuperação judical da Americanas foi aceito em fevereiro

O líder do PP na Câmara, deputado André Fufuca (MA), informou que conseguiu as assinaturas necessárias para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Americanas.

Até agora, cerca de 187 parlamentares anuíram ao pedido, ante as 171 assinaturas necessárias.

O pedido de Fufuca tem o objetivo de investigar a suspeita de fraude contábil na Americanas que, de acordo com o requerimento, afetou “a credibilidade de todo o mercado de ações no Brasil", já que é do interesse público assegurar que os investidores possam ter absoluta certeza de que a economia popular não será nunca prejudicada por qualquer tipo de fraude, erros ou acobertamentos de rombos em balanços.

Em 11 de janeiro, a varejista anunciou um rombo de R$ 43 bilhões no balanço da empresa, e acabou desestruturando cerca de 15.615 credores pequenos.

“Não é uma CPI governista ou de oposição. É uma CPI suprapartidária”, afirmou o líder do PP.

“Precisamos saber de onde partiu isso. Se foi iniciativa da empresa, se existe isso em outras empresas. Se foi fato isolado, se começou em outros anos e lugares. A CPI é um instrumento para dirimir essas dúvidas”, disse o deputado.

A criação da CPI depende agora da leitura do requerimento pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Em evento do banco BTG Pactual no mês passado, Lira citou o pedido e afirmou que a Câmara atuaria com cuidado.

“O que aconteceu foi muito grave, principalmente o que diz respeito às empresas de auditoria”, afirmou.

Conforme o Valor Econômico, a comissão também deve se debruçar sobre outras empresas do 3G, grupo formado por Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, donos da Americanas.

Eles controlam ainda a AB Inbev, principal acionista da empresa de bebidas Ambev, e têm ações dos gigantes do setor de alimentos Burger King e Kraft Heinz.

Um dia depois de anunciar o rombo, a empresa pediu recuperação judicial, que foi aceita, e tramita na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Com a repercussão dos fatos, o conselho de administração da Americanas se afastou, em fevereiro.