Política Esquema de Corrupção
Quadrilha sai imune da Caixa de Pandora que prescreve após 14 anos
Maior esquema de corrupção da capital federal contra 20 réus
21/03/2023 09h19
Por:
Ex-governador José Roberto Arruda e o ex-vice-governador Paulo Octávio (PSD)

A operação Caixa de Pandora, que expôs o maior esquema de corrupção da capital federal, chegou a um desfecho sem punições ou absolvições após 14 anos de sua deflagração.

O processo movido pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra 20 réus por formação de quadrilha – incluindo o ex-governador José Roberto Arruda e o ex-vice-governador Paulo Octávio (PSD) – prescreveu.

A denúncia do MPDFT foi apresentada em 2014, portanto, já passaram-se nove anos. E, conforme prevê a lei, não é mais possível condenar ou absolver os réus pelo crime de formação de quadrilha.

Os réus foram acusados de se associarem para cometer crimes contra a administração pública, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e corrupção de testemunhas.

O esquema de corrupção foi desmantelado com a prisão preventiva do ex-governador José Roberto Arruda em 2010 e a posterior cassação do mandato dele.

A quadrilha implantou um sofisticado estratagema de corrupção, infiltrando-se na estrutura administrativa e de governo com a finalidade de cometer crimes para financiar suas atividades ilícitas e enriquecer seus membros e aliados, segundo o MPDFT.

O delator do esquema de corrupção, Durval Barbosa Rodrigues, aliou-se à quadrilha para solicitar propina a empresários que prestavam serviços na área de informática.

Em um dos episódios mais conhecidos da Caixa de Pandora, um vídeo flagrou o momento em que Arruda recebeu dinheiro em espécie, que seria oriundo de propina.

A prescrição da ação para todos os 20 réus foi declarada pela 7ª Vara Criminal de Brasília na noite da última sexta-feira (17), após decorridos mais de oito anos desde o recebimento da denúncia.

O MPDFT acusou os réus de crimes ocorridos entre início de 2006 e abril de 2010.

Saiba quem são os 20 réus beneficiados pela prescrição:

  1. José Roberto Arruda – ex-governador do Distrito Federal
  2. Paulo Octávio – ex-vice-governador do Distrito Federal
  3. Durval Barbosa Rodrigues – ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, ex-delegado da Polícia Civil e delator da Caixa de Pandora
  4. José Geraldo Maciel – ex-secretário-chefe da Casa Civil do Distrito Federal
  5. Fábio Simão – ex-chefe de gabinete de Arruda
  6. Ricardo Pinheiro Penna – ex-secretário de Planejamento do Distrito Federal
  7. José Luiz da Silva Valente – ex-secretário de Educação do Distrito Federal
  8. Roberto Eduardo Ventura Giffoni – ex-corregedor-geral do Distrito Federal
  9. Omézio Ribeiro Pontes – ex-assessor de Arruda
  10. Adailton Barreto Rodrigues – ex-assessor da Secretaria de Educação do Distrito Federal
  11. Gibrail Nabih Gebrim – professor da Secretaria de Educação do Distrito Federal
  12. Rodrigo Diniz Arantes – ex-secretário particular de Arruda
  13. Luiz Cláudio Freire de Souza França – ex-diretor do Na Hora
  14. Luiz Paulo Costa Sampaio – ex-gerente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan)
  15. Marcelo Toledo Watson – policial civil aposentado
  16. Marcelo Carvalho de Oliveira – ex-presidente do grupo Paulo Octávio
  17. José Eustáquio de Oliveira – ex-coordenador do escritório político de Arruda
  18. Márcio Edvandro Rocha Machado – ex-secretário de Obras do Distrito Federal
  19. Renato Araújo Malcotti – empresário
  20. Alessandro Queiroz – empresário