Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aconselham que ele pare de atacar o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), evitando novos comentários públicos e referências ao ex-juiz da Operação Lava Jato.
Eles acreditam que as seguidas declarações de Lula fortaleçam Moro como figura da oposição e lhe deem palanque no Senado, onde ele acaba de assumir mandato.
Na terça (21), Lula relembrou o período que passou preso e falou em vingança contra Moro - "quero f*der com Moro", declarou.
E não parou por aí, pois logo após a prisão dos criminosos que planejaram sequestrar e matar Moro e família, Lula voltou a atacá-lo na quinta-feira (23), afirmando que se for mais uma armação, “Sergio Moro ficará mais desmascarado ainda”.
Ministros do PT afirmaram que Moro pode herdar votos da direita e as falas contra ele ajudam na construção de sua imagem como liderança anti-Lula.
Seus assessores alertaram sobre o descontrole do petista, classificando essas declarações como um erro que teria colocado Moro em evidência desnecessariamente.
Para eles, Lula tem mais a perder do que a ganhar com essa discussão.
O jornalista, William Waack, escreveu a seguinte reflexão sobre a confusão de sentimentos, ódios, rancores externados por Lula da Silva:
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acha que o plano do crime organizado para matar o senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR), entre outros alvos, é uma armação do próprio Moro.
Essa afirmação do presidente da República não para de pé um só segundo, pois não tem a menor base nos fatos.
Nesse caso, a dimensão do que Lula disse é ridicularizar o trabalho da Polícia Federal, que prendeu os bandidos do PCC que armavam os atentados. Ridicularizar o Ministério Público de São Paulo, que descobriu o plano do crime organizado. Ridicularizar seu ministro da Justiça, que qualificou de muito séria a investigação. Ridicularizar o próprio cargo de chefe de Estado.
O que levanta uma outra indagação. A um político experiente como Lula costuma-se atribuir a cada palavra que diz um cálculo político.
Qual teria sido a intenção política de Lula ao reiterar três vezes uma bobagem como essa, a da armação de Moro?
Ou foi só o resultado do estado psicológico de uma pessoa que produz maus resultados políticos para si mesma, pois vive presa a uma confusão de sentimentos, ódios, rancores?
Equilíbrio emocional é o mínimo que se espera de qualquer chefe de estado.