Durante evento em Pequim, na China, o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, relacionou problemas ambientais com a produção de grãos e à pecuária no Brasil.
As declarações do petista contrastaram com o otimismo do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na véspera.
A fala de Viana aconteceu em meio a uma programação brasileira na China, que busca aumentar as exportações do agronegócio para o país asiático.
Representantes de grandes empresas do agro nacional e executivos chineses, principais compradores da produção brasileira, estavam presentes.
Viana, amigo pessoal do presidente Lula, afirmou que “é preciso reconhecer que o Brasil tem problemas ambientais.”
Ele também usou números para impor uma relação entre o agronegócio brasileiro e a destruição da Floresta Amazônica, sendo que o maior desmatamento histórico dos últimos anos foi em fevereiro deste ano, já no mandato de Lula.
As críticas de Viana causaram estranheza, já que o evento tinha como um dos objetivos alavancar as exportações do agronegócio brasileiro para a China.
O presidente da Apex ressaltou a necessidade de o país reconhecer seus problemas ambientais e parar de dizer no exterior que não os tem.
Desmentindo Viana
Jorge Viana não utilizou, entretanto, os dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). Dados de 2022 mostram que o Brasil é líder em produção sustentável entre os grandes países agroexportadores.
Mas, de acordo com o levantamento do Ipea, o Brasil está no centro da produção agropecuária sustentável em todo o planeta.
De acordo com o Ipea, o país tem muito a contribuir para a oferta global de alimentos e energia, diante da preocupação internacional com a agroinflação, a segurança alimentar, os efeitos da pandemia de covid-19 e a crise gerada pela guerra entre Rússia e Ucrânia no mercado mundial.
Além disso, de acordo com dados da Embrapa, da Nasa e do Mapbiomas, as terras destinadas para a agricultura representam cerca de 8% de todas as áreas do país.