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Estrada Viva monitora rodovias estaduais e propõe adaptações para segurança da fauna
Com ações implantadas para reduzir os atropelamentos dos animais silvestres
29/03/2023 11h48
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Equipes da Agesul monitoram as rodovias estaduais

O monitoramento permanente das rodovias estaduais MS-040, MS-339, MS-178, MS-382, MS-345, MS-180, MS-473, MS-450 e MS-258, além da Estrada do Turismo em Bonito, é realizado como parte do programa “Estrada Viva – a fauna pede passagem”, com ações de mitigação de atropelamentos de animais silvestres para proteger a fauna e garantir a segurança das pessoas que utilizam as estradas.

As rodovias ligam Campo Grande e Santa Rita do Pardo (MS-040), Miranda e Bodoquena (MS-339), Juti e Iguatemi (MS-180), Nova Andradina a Taquarussu (MS-473), Estrada Parque de Piraputanga (MS-450) e ainda que dão acesso a Bonito (MS-178, Bodoquena; MS-382, Guia Lopes/Jardim e o trecho da Baía das Garças; MS-345, Anastácio – conhecida como Estrada do 21, a partir da BR-419), além do trecho entre Sidrolândia e o distrito de Anhanduí (MS-258, entre a BR-060 e BR-163) e a Estrada do Turismo em Bonito, que é municipal e dá acesso ao Rio Formoso.

Entre as ações implantadas para reduzir os atropelamentos dos animais silvestres, a obra de pavimentação da MS-345 é destaque por ser um projeto piloto em Mato Grosso do Sul.

A rodovia é a primeira construída considerando as normas do programa, com seis pontos de passagem específicos ao longo da estrada, que tem pouco mais de 100 quilômetros – entre a Estrada do 21 (saindo da BR-419) e Bonito. A rodovia, quando estiver concluída, será o principal acesso ao município de Bonito, diminuindo do tráfego na MS-382 e MS-178.

“É uma rodovia adequada para o trânsito seguro da fauna. Desde a base ela foi pensada e segue as diretrizes do programa Estrada Viva, com os locais para que os animais passem. A partir de 2021, todas as rodovias que serão construídas pelo Estado, passaram a seguir essas regras”, pontuou o professor Afrânio José Soares, da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) de Aquidauana, coordenador do “Estrada Viva”.

As ações nas rodovias são desenvolvidas desde 2016 em parceria com o Cemap/UEMS (Centro de Estudo em Meio Ambiente e Áreas Protegidas), que cataloga as espécies atropeladas e identifica os principais pontos de passagem dos animais para propor medidas preventivas e de mitigação dos incidentes.

O trabalho foi expandido a partir de dezembro de 2021, quando o Governo do Estado iniciou o processo de criação de um manual com orientações técnicas para proteger animais silvestres de atropelamentos, elaborado em parceria com Organizações Não-Governamentais (ONGs) ambientais.

Atualmente as orientações técnicas para a elaboração dos projetos de pavimentação e revitalização de rodovias no Estado são colocadas em prática com o uso do “Manual de orientações técnicas para mitigação de colisões veiculares com a fauna silvestre nas rodovias de Mato Grosso do Sul”. O documento é utilizado como base na contratação de projetos viários para que novas obras tenham dispositivos de segurança para os animais previstos em projetos executivos.

“Estrada Viva”

O “Estrada Viva” é um programa ligado a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos). Três rodovias estão em obras no Estado, e utilizam as diretrizes do manual de orientações técnicas, a MS-345 (Estrada do 21), da MS-382 (Baía das Garças) e a Rodovia do Turismo, todas em Bonito.

Entre as principais ações desenvolvidas para a proteção dos animais estão as passagens superiores e inferiores para a fauna ao longo das rodovias e as cercas guias em pontos específicos.

“Além do monitoramento outras ações são importantes, como o hospital veterinário para animais silvestres em Campo Grande, para atender a fauna. E também, nos três últimos anos, muitas áreas foram transformadas em parques. Além da questão da estrada, tem o local para os animais habitarem”, explicou o veterinário que atua no programa, Márcio César Seixas.

Adaptações em rodovias pavimentadas

Além de passarem a valer para novos projetos viários, as orientações do manual foram colocadas em prática em estradas estaduais já pavimentadas e que possuem problemas com atropelamentos de animais de espécies ameaçadas de extinção.

Ações efetivas

O promotor de Justiça no município de Bonito, Alexandre Estuqui Júnior – com atuação na área de Meio Ambiente –, afirma que algumas ações implantadas já ajudaram a garantir a segurança dos animais, porém pontua situações preocupantes na região. “Telas e lombadas foram instaladas e aparentemente diminuíram os atropelamentos. Minha preocupação maior é nas estradas que vão para pontos turísticos, como a Gruta, e ainda nas que serão asfaltadas para outros locais de visitação. Caso não seja feito nada, muitos animais podem morrer”.

As estradas apontadas pelo promotor são municipais, a primeira – a Gruta do Lago Azul - dá acesso a MS-178 e a segunda – balneários ao longo do Rio Formoso – a MS-382. “Tem que ter esses programas de mitigação de fauna, é necessário. O Estado tem muita área verde, e o atropelamento de animais é intenso. Por isso ações para que animais e pessoas não sejam feridas e mortas, são importantes”.

“É um processo. O programa do Estado pretende mapear todas as estradas quanto ao risco e fazer um plano de ação para atuar nas estradas já construídas na questão da diminuição desses riscos. A gente vai ter um mapa de alerta que vai informar a Agesul aonde atuar conforme a necessidade, onde é mais importante. Os monitoramentos estão sendo feitos, porém é necessário fazer as avaliações da eficiência da intervenção, os estudos”, finalizou o professor Afrânio.