Se por um lado o Governo mostrou seu poder de articulação na Câmara dos Deputados, com a aprovação da PEC 45/19, em primeiro turno, na noite da quinta-feira (6), a bancada evangélica também obteve uma vitória, nas decisões finais sobre o texto da matéria. Isso porque, entre as alterações para a reforma tributária, o relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) incluiu a ampliação na isenção de impostos para entidades religiosas, estendendo essa isenção a qualquer organização associada a igrejas, de modo que também fiquem isentas do pagamento de tributos.
“Estamos sim contemplando as organizações que são beneficentes e tenham vinculação com associações religiosas. Foi fruto de acordo com a bancada evangélica”, defendeu o relator quanto a esse "ponto" especificamente.
Manifestação que foi responsável até por uma das três abstenções registradas na votação de primeiro turno do projeto aprovado na Câmara dos Deputados na noite da quinta-feira (6). Irritado com a situação, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) questionou o fato da proposta abrir uma possibilidade para que grandes organizações evangélicas sejam favorecidas.
“Isso quer dizer que o conjunto de conglomerados de Silas Malafaia, de Edir Macedo, vão estar todas elas livres de tributação. Houve uma ampliação nessa aglutinativa”, declarou Braga.
Mesmo sendo parte da base do governo, o deputado foi responsável por uma das três abstenções registradas na votação de primeiro turno do projeto aprovado na Câmara dos Deputados na noite desta quinta-feira (6).
O voto do parlamentar contrapôs o resto da bancada do PSOL , que votou a favor da PEC. O texto deve seguir para o Senado após votação dos destaques nesta sexta-feira (7).