As primárias argentinas funcionam como uma espécie de pesquisa eleitoral infalível, um termômetro para as eleições presidenciais, onde todos os eleitores são obrigados a irem votar. Por isto que o vitorioso já chega como favorito para as eleições presidenciais no próximo mês de outubro.
Para variar, na Argentina todos os resultados dos Institutos de Pesquisas “erraram” feio ao apresentar o conservador Javier Milei perdendo para o socialista e atual ministro da Economia Sérgio Massa e Patricia Bullrich da coalizão de centro-direita Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança).
Milei, de 52 anos, foi integrante de uma banda cover dos Rolling Stones, a “Everest”, estudou economia, trabalhava no setor financeiro e está no Congresso desde 2021. Sua postura anti-establishment o tornou popular entre eleitores cansados da crise econômica sob os governos anteriores de esquerda e centro-direita.
A inflação na Argentina passa dos 115%, a moeda vem sofrendo desvalorização constante e 25% da população do país está vivendo na pobreza. Especialistas avisam que pelo atual plano econômico em vigor, o Brasil poderá chegar neste mesmo patamar econômico nos próximos dois anos.
O candidato vitorioso quer privatizar todas as estatais deficitárias, flexibilizar o porte de arma à população, é contra o aborto, a não ser em risco de morte da mãe, e também é contra a educação sexual nas escolas, posicionamentos semelhantes às de Jair Bolsonaro. Ele propõe extinguir o banco central com a adoção do dólar na economia do país e nega a crise das mudanças climáticas.
Milei adota um estilo provocativo, com ataques à "casta política parasita e inútil", a pior desgraça de uma nação. Seu bom desempenho fez o peso argentino cair quase 18% na segunda-feira. Analistas preveem a possibilidade de um segundo turno em novembro, já que nenhum candidato deverá alcançar 45% dos votos no primeiro turno em outubro.
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